Por serem nacionais e
algumas multinacionais, as empresas estatais brasileiras nacionalizaram e
globalizaram a corrupção. A essa altura das investigações da operação Lava Jato
fica evidente que a corrupção no estado brasileiro se estabeleceu como um poder
paralelo e que ficou fora de controle, tal como aconteceu com o narcotráfico na
Colômbia. Um poder paralelo dentro do próprio Estado. Não se pode mais atribuir
a este ou àquele partido a responsabilidade pela
corrupção no estado brasileiro. Por exemplo, no caso da Petrobrás, integrantes
de cinco partidos políticos estão sendo investigados (PP, PMDB, PT, PSDB e
PTB), entre eles o Presidente do Senado e o Presidente da Câmara dos Deputados.
As bancadas dos Partidos Políticos aos quais pertencem os investigados somam
368 deputados; ou seja, 71,7% dos integrantes da Câmara dos Deputados. A
corrupção se encontra entranhada no corpo do Poder Legislativo e, a julgar por
algumas decisões de alguns juízes do Superior Tribunal Federal, inocentando e
libertando corruptos do Mensalão, no mais alto escalão do Poder Judiciário
também. O problema é que a corrupção, que começou ninguém sabe dizer exatamente
como nem quando, de forma amadorística e pontual, para financiar este ou aquele
deputado ou senador, fugiu do controle e as contribuições para as campanhas
políticas hoje representam apenas a fachada de um poder paralelo, fonte de
enriquecimento ilícito de centenas ou tal vez de milhares de pessoas no Brasil
e no Exterior. A contabilidade das propinas nas planilhas dos projetos da
Petrobrás é complicada, mais a contabilidade da Máfia da Corrupção é simples:
um para você e um para mi. Se assim não fosse, o Sr. Pedro Barusco não teria
acumulado US$ 97 milhões de propina em contas no exterior, que ele diz serem
dele e, pasmem, dos quais ele não tocou nem um centavo sequer, a não ser para
fazer um tratamento de saúde. No depoimento de Pedro Barusco na atual CPI da
Petrobrás, ele declarou estar aliviado por ter se livrado dos US$ 97 milhões,
atitude bastante estranha para alguém que roubou por conta própria durante
treze anos e cujo objetivo era ficar rico. É obvio que no depoimento da CPI ele
só falou algumas meias verdades. E eis aí que surgem várias perguntas que não
querem calar: Por que ele se sentiu aliviado de ter se livrado dos US$ 97
milhões? Ele tinha medo de que? Quem era ou eram os verdadeiros donos do
dinheiro nas contas de Pedro Barusco no exterior? Não seria a hora do Sr. João
Vaccari Netto falar toda a verdade para ficar aliviado também? Porque a esta
altura do campeonato ele deve estar se lembrando muito bem do destino trágico
de um colega dele nessa rentável, porém às vezes perigosa, profissão de
Tesoureiro de Campanha Política. A Mafia da Corrupção não tem partido. A
Colômbia é aqui!
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