domingo, 26 de abril de 2020

JAIR BOLSONARO: EX-DEPUTADO FEDERAL OU EX-CAPITÃO DO EXÉRCITO?

Moro não renunciou por egocentrismo. Nem traiu Bolsonaro. Essas afirmações são, no mínimo, caluniosas, mal-intencionadas, e uma deturpação abjeta dos fatos . Ele renunciou, como os juízes e promotores do Brasil sabem, porque se manteve fiel aos seus princípios republicanos de combate à corrupção e ao crime organizado, crimes pelos quais estão sendo investigados o senador Flávio Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, e o vereador Carlos Bolsonaro, os três filhos do Presidente com cargos eletivos. O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro, responsável pela maior operação anti-corrupção deflagrada no planeta não poderia nunca manchar seu passado glorioso de luta implacável contra a corrupção e o crime organizado para blindar os filhos de quem quer que seja, e muito menos do Presidente da República, do qual ele era seu principal ministro.

A mudança do Diretor Geral da Policia Federal, na qual o Presidente vem insistindo desde setembro do ano passado, tem como objetivo colocar no seu lugar um amigo da família Bolsonaro, o que levanta a possibilidade de interferência nas investigações sensíveis ao presidente e assim provocar o arquivamento dos inquéritos em andamento. Além de alumas investigações que anda não tiveram solução, como é o caso da morte de Marielle Franco, onde existem várias "coincidências" que essas sim precisam ser investigadas a fundo. 

"Prezada, eu não estou a venda". Essa foi a resposta de Moro para a deputada Carla Zambelli, quando lhe ofereceu a próxima vaga no STF em troca da aceitação do nome de Ramagem, amigo íntimo da família Bolsonaro, para o cargo de Diretor Geral da Policia Federal. Conto com os dedos da mão direita  homens públicos do primeiro escalão que dariam essa resposta. Está gravado no celular dele. Para os brasileiros que sonham com um Brasil sem corrupção e livre da hidra do crime organizado, o ex-ministro Sergio Moro sai mais fortalecido e respeitado do que nunca.

Para os que tem a capacidade e uma isenta intenção de projetar o futuro, uma das leituras do discurso de "resposta" às declarações do ex-ministro Sérgio Moro é a de que o Presidente Bolsonaro dificilmente escapará do impeachment, tarde ou cedo.Sua única possibilidade de salvação é uma aliança aberta e escancarada, com farta distribuição de cargos do primeiro, segundo e terceiro escalão, com os que nunca deixaram de ser seu aliados ao longo dos seus 27 anos de carreira política como deputado federal. Seus futuros-ex aliados, como eu já tinha previsto em 29/10/2018 na minha matéria “'As Lideranças Corruptas Dos Principais Partidos Continuam no Congresso e Bolsonaro Não É Um Super-Herói” (blogdojlg.blogspot.com), serão, entre outros, os mais de 200 deputados, muitos investigados por corrupção, que vão compor a futura base do Governo. E para fazer alianças com eles, Bolsonaro tem lastro de sobra. Ao longo dos seus 27 anos de carreira política, cumpriu sete mandatos como deputado federal e foi filiado a nove partidos políticos: PDC, (1989-1993) PP, (1993), PPR, (1993-1995), PPB, (1995-2003), PTB (2003-2005); PFL, (2005); PP, (2005-2016), PSC (2016-2018), e PSL, (2018). Só faltou o PT. Como integrante do "baixo clero" durante 27 anos de vida política, ele é um dos grandes ícones do fisiologismo politico que imperou no Brasil desde o fim da ditadura militar. Com esse currículo, seria Bolsonaro o político que iria implantar a "nova política"?

A ruptura do ex-ministro Sergio Moro com Bolsonaro pode ser de uma gravidade que vai muito além da troca de um Diretor Geral da Policia Federal. Pode ter como pano de fundo um processo que lentamente vai se desenhando no futuro do Brasil: a militarização do Poder Excecutivo. A cada baixa que ocorre no alto escalão do Poder Executivo, um militar é chamado para ocupar o cargo. Aí o cenário muda completamente de figura. É publico e notório que existe um grupo de militares de alta patente muito descontentes com a atuação do Poder Legislativo e do Poder Judiciário nos últimos anos, alguns dos quais expressaram publicamente seu descontentamento, inclusive fazendo ameaças veladas. Bolsonaro se tornou muito popular entre seus colegas de farda em 1986, quando escreveu um artigo para a revista Veja no qual criticava os baixos salários de oficiais militares. Por causa disso, foi preso por quinze dias, embora tenha recebido cartas de apoio de dezenas de colegas do exército. Foi absolvido dois anos depois. Assim, a relação do Bolsonaro com boa parte de seus colegas de farda foi sempre muito boa. Mais ainda, desde que assumiu o cargo, Bolsonaro fez questão de fortalecer e aumentar a participação de integrantes das Forças Armadas no seu governo, além de procurar, sempre que surgiu a oportunidade, associar a sua imagem à imagem das Forcas Armadas. Os crescentes ataques, nada republicanos, do Presidente Bolsonaro contra atos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário estão certamente em concordância com o que pensa esse grupo das Forcas Armadas descontentes com a atuação desses dois poderes durante os governos petistas. Pode ser que o slogan "o Brasil acima de todos e Deus acima de tudo" consista em lotar os postos-chave do Poder Excecutivo de militares e depois, quando surgirem confrontos insolúveis entre Bolsonaro e o Poder Legislativo ou o Poder Judiciário... bem, nós já vimos essa historia antes. Afinal, "para fechar o STF basta um soldado e um cabo".

sábado, 25 de abril de 2020

MORO SAI MAIS FORTALECIDO E RESPEITADO DO QUE NUNCA!!!

O Presidente Jair Bolsonaro, num ato de desespero, exonerou o Diretor Geral da Policia Federal Maurício Leite Valeixo, 48 horas depois que o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, atendeu à solicitação do Procurador Geral da República, Augusto Aras, de abertura de um inquérito para apurar se houve fatos delituosos envolvendo a organização de atos contra a democracia participativa brasileira, por vários cidadãos, inclusive deputados federais. Nesse ato, o Presidente discursou e apoiou os manifestantes, no que poderia ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional e, em tese , à possibilidade do Presidente Bolsonaro enfrentar um processo de impeachment. O Ministro do Superior Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, classificou os atos que geraram o pedido de inquérito do PGR de "gravíssimos" e as investigações, que corem em sigilo, serão realizadas pela Policia Federal.

Além desse gravíssimo fato novo, existem os inquéritos policiais em torno dos três filhos de Bolsonaro com cargos eletivos. O senador Flavio Bolsonaro suspeito de chefiar um esquema de "rachadinha" no qual parte dos salários dos assessores era supostamente devolvida ao senador. O vereador Carlos Bolsonaro que passou a ser investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro após reportagens apontarem que assessores nomeados em seu gabinete nunca exerceram de fato essas funções. E, por último, o deputado federal Eduardo Bolsonaro também investigado pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News. Neste contexto de altíssima vulnerabilidade política do Presidente da República , a substituição do delegado Maurício Leite Valeixo, mão direita do ex-ministro Sergio Moro, se tornou uma questão de vida ou morte.

Diante deste conturbado cenário, o novo Diretor Geral da Policia Federal deveria ser então um delegado da mais absoluta confiança e lealdade do Presidente Bolsonaro, pois teria como principal função segurar as investigações e se possível induzir ao arquivamento do inquérito aberto pela PGR para apurar o ato contra a democracia brasileira na manifestação do último domingo (19/04)l do qual poderia resultar um pedido de impeachment do Presidente. Além dessa importantíssima função, o novo Diretor Geral da Policia Federal teria como incumbência dificultar e se possível induzir ao arquivamento dos inquéritos em torno dos seus três filhos investigados. É justamente nesse campo minado que surge o nome do delegado Alexandre Ramagem Rodrigues, que assumiu em 2018 a coordenação da segurança pessoal do então candidato à presidência da República. Assim, se tornou amigo íntimo da família. Após Bolsonaro ser eleito Presidente, um dos seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, indicou Ramagem para o comando da ABIN (Agência de Inteligencia Brasileira) quebrando um protocolo que durava desde a época da SNI (Serviço Nacional de Informações), cargo tradicionalmente ocupado por militares.

Esse é, sem a menor sombra de dúvida, o homem de confiança e total lealdade ao que o Presidente Bolsonaro vem se referindo reiteradas vezes desde setembro do ano passado quando começou a insistir na necessidade de mudar o comando da Policia Federal. A medida que o cerco vai se fechando em torno da família Bolsonaro, a troca de comando da Policia Federal se torna cada vez mais peremptória. Ou seja, ou o Diretor Geral da Policia Federal deve ser um delegado tão íntimo capaz de segurar os inquéritos da família Bolsonaro ou então Bolsonaro fica num estado de vulnerabilidade tal que aumenta consideravelmente a possibilidade de não conseguir sequer chegar ao final do seu mandato. Essa é a simples explicação (que tantos procuram) para entender a aparentemente incompreensível crise deflagrada pelo presidente Bolsonaro com seu principal ministro, pilar de sua plataforma política, no meio da maior pandemia enfrentada pela humanidade e que está provocando no Brasil 800 mortes diariamente, além de estar desestruturando a economia.

Quando o ex-ministro Sergio Moro disse no seu discurso de despedida que tinha uma biografia a zelar, lendo nas entrelinhas, ele quis dizer que depois de comandar a maior operação anti-corrupção do planeta, não iria manchar sua biografia ajudando a blindar um presidente e sua família com fortes indícios de ligação com a milicia e envolvida em vários tipos de crimes investigados pela justiça. Isso é exatamente contra o que o ex- Juiz Sergio Moro e os seus colegas da República de Curitiba lutaram toda sua vida. Fizeram do ideal de acabar com a corrupção no Brasil a razão de suas vidas. Por isso, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro sai deste episódio mais forte e respeitado do que nunca.

Quando a deputada Carla Zambelli, a mando de Bolsonaro, em tom de súplica lhe ofereceu a próxima vaga no Superior Tribunal Federal em troca da aceitação do nome de Ramagem como novo Diretor Geral da Policia Federal , o ex-ministro respondeu:"Prezada, não estou a venda". Conto com os dedos da mão direita os homens públicos do primeiro escalão que teriam dado essa resposta. Parabéns ao ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro, pois continua terrivelmente fiel a seus princípios de acabar com a corrupção e o crime organizado no Brasil.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O BRÂMANE LAHIR SESSA E O COVID-19

Dentre as inúmeras lendas em torno da origem do jogo de xadrez, uma é particularmente interessante. No livro Shāh-nāmeh conta-se a historia de que na província indiana de Taligana havia um poderoso Rajá que havia perdido o filho em batalha. O Rajá estava em constante depressão e passou a descuidar-se de si e do reino. Certo dia, o brâmane (sacerdote) Lahir Sessa foi visitar o Rajá e apresentou-lhe um tabuleiro com 64 casas brancas e pretas intercaladas e com diversas peças que representavam tropas do exército: infantaria, cavalaria, carros de combate, condutores de elefantes, o principal vizir e o próprio rajá. O sacerdote explicou ao Rajá que a prática do jogo daria conforto espiritual e cura para a depressão, o que realmente ocorreu. O jogo foi chamado de chaturanga e é considerado o precursor do xadrez. Reza a historia que o Rajá indiano ficou tão agradecido que decidiu presentear o brâmane Lahir Sessa e mandou que escolhesse aquilo que mais desejasse. O brâmane disse ao Rajá que era um homem simples, um sacerdote, e apontando para o tabuleiro que havia inventado pediu que lhe fosse dado um único grão de trigo no primeiro quadrado, o dobro no segundo quadrado, o dobro no terceiro quadrado e assim sucessivamente até completar os 64 quadrados. O Rajá ficou bastante surpreso com a insignificância do pedido do brâmane e insistiu em oferecer joias, ouro, um harém de mulheres bonitas ou algum feudo. Entretanto, o brâmane se manteve firme no seu pedido insistindo em que era um homem sem grandes ambições, pois só queria servir o Rajá. Finalmente, diante da negativa do brâmane, o Rajá, admirado com a modéstia de seu súdito, consentiu em atender o desejo de Lahir Sessa e chamou o chefe do Celeiro Real para pagar a recompensa. Iniciou-se então a separação dos montes de grãos, que começou muito pequeno: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024, 2048.... mas que logo parou pois quando chegasse ao 64º quadrado o número seria de quase 18,5 quintilhões de grãos. Supondo que um grão de trigo tivesse o tamanho de um milímetro, todos os grãos juntos pesariam em torno de 75 bilhões de toneladas métricas, o que equivaleria a safra de grãos de trigo do reino durante dois mil anos e o equivalente à produção mundial de grãos de trigo de 150 anos nos dias de hoje. A lenda conta que impressionado com a inteligência do brâmane o Rajá o convidou para ser o principal ministro (vizir) do reino, tendo assim o Rajá sua divida em trigo perdoada. Seja lá o que tenha acontecido na vida real, o Rajá certamente deve ter ficado muito envergonhado ao perceber sua ignorância da matemática. Uma sequência de números onde cada número é um múltiplo fixo do anterior, é chamada progressão geométrica, e o processo se chama aumento exponencial.

A circunstância mais comum em que ocorrem repetidas duplicações, e portanto crescimento exponencial, é na reprodução biológica. Vamos tomar como exemplo o caso de uma bactéria que se reproduz dividindo-se em duas. Logo depois, as duas filhas se dividem em duas e assim sucessivamente. Desde que as condições de reprodução sejam favoráveis e não exista nenhum agente bactericida no ambiente, a colonia de bactérias vai crescer exponencialmente. Mesmo considerando que uma bactéria só pese um trilionésimo de grama, a colonia de bactérias, dependendo da velocidade de reprodução, depois de um dia vai pesar coletivamente o mesmo que uma montanha, em dois dias o mesmo que a Terra, em três dias o mesmo que o Sol. Felizmente até agora isso nunca tem acontecido, simplesmente porque esse tipo de crescimento exponencial sempre é freado por algum obstáculo natural ou artificial. Falta de alimento, envenenamento mutuo das bactérias , ou o descobrimento de algum bactericida que impeça o crescimento exponencial da colonia de bactérias. É quando a curva exponencial se horizontaliza.

A humanidade já viveu esse drama na década de 80 com o aparecimento da epidemia da AIDS. Muitos países experimentaram um crescimento exponencial da AIDS, cujo tempo de duplicação era de aproximadamente 1 ano. Naquele momento, se não houvesse impedimentos naturais à duplicação contínua da AIDS a cada ano, se a doença fosse fatal, e se não se encontrasse a cura, todo mundo na Terra morreria de AIDS, nos anos seguintes. Entretanto, algumas pessoas são naturalmente imunes à AIDS, além da curva exponencial estar restrita aos grupos vulneráveis; ou seja, homossexuais masculinos, hemofílicos e usuários de drogas intravenosas. Felizmente, o isolamento dos grupos vulneráveis, a divulgação dos métodos de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, e o aparecimento de um coquetel com vários tipos de medicamentos que foram prolongando a vida dos contaminados, provocou o horizontalização da curva exponencial, e hoje em dia a AIDS não é mais uma epidemia e se encontra absolutamente controlada.

O caso do Covid-19 é completamente diferente de tudo o que já se viu até agora. Em primeiro lugar é um vírus totalmente desconhecido. Isso faz toda a diferença porque as autoridades sanitárias não tem a menor ideia de como se prevenir nem como combater o vírus.Estão completamente às escuras. O máximo que podem fazer é tentar tratar as consequências provocadas pela contaminação do vírus, mas não combater o vírus em si mesmo. Não se sabe se o organismo humano realmente tem capacidade de produzir anticorpos para neutralizar a ação do Covid-19 e assim parte da população ficaria imunizada APÓS contrair o vírus, o que contribuiria para provocar a horizontalizarão da curva exponencial. Por ser um vírus novo, totalmente desconhecido pela comunidade científica, não existe nenhum medicamento ou vacina que tenha se mostrado cientificamente eficaz contra a imunização ou cura da contaminação por Covid-19; até porque não houve tempo ainda de realizar os testes com validade científica para tal fim. O vírus, em alguns casos, tem uma curva exponencial no organismo humano de menos de 24 horas, ao ponto de uma pessoa estar conversando normalmente na parte da manha , a tarde ser internada com sintomas graves, e morrer durante a noite. O vírus ataca todo os seres humanos por igual. Não há para o vírus grupos vulneráveis. Significa que todos os sete bilhões de seres humanos que povoam a Terra podem contrair o vírus. É um vírus que se espalha no meio ambiente a uma velocidade espantosa , nunca antes vista em nenhum outro tipo de vírus, desenvolvendo uma curva exponencial que é quase uma linha vertical. Dados divulgados ontem (23/04/2020) pela FIOCRUZ mostram que o número de mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil tem dobrado a cada CINCO dias. Nos Estados Unidos, essa duplicação ocorre a cada seis dias, e na Itália e na Espanha, a cada oito dias. “A nossa situação hoje é pior do que a de Itália, Espanha e Estados Unidos. Por isso, o número de mortes está dobrando em um espaço de tempo menor”, afirmou o epidemiologista Diego Xavier, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da FIOCRUZ, e um dos responsáveis pelo trabalho. Quando num futuro ainda totalmente incerto a curva exponencial da pandemia se estabilizar no mundo inteiro, não será surpresa se o Brasil tiver o triste e lamentável recorde de maior número de mortes por Covid -19. do planeta. Para tentar evitar uma tragédia anunciada e conseguir frear a progressão geométrica com a consequente horizontalização da curva exponencial do Covid-19 no Brasil e no mundo, só há um método de prevenção : O ISOLAMENTO SOCIAL. Tem que se entender e aceitar que não existe outro remédio. Cada um de nós tem muito mais a perder do que o Rajá da lenda: a própria vida.

domingo, 12 de abril de 2020

A ESTRATEGIA DO ISOLAMENTO SOCIAL ESTÁ DANDO MUITO CERTO NO BRASIL E NA ARGENTINA (Atualizado às 00.00 h do dia 12/04/2020)

Até às 00:00 h do dia 12/04/2020, a média mundial de casos confirmados para cada milhão de habitantes contaminados com o coronavírus tinha passado de 218,13 para 228,42; ou seja, uma expansão global dos casos confirmados da ordem de 4,72%, nas últimas 24 horas, o que significa que a contaminação pelo coronavírus no mundo continua aumentado, porém a um ritmo menos acelerado.

Com relação à taxa de mortalidade em função dos casos confirmados, a média global passou de 6,05% para 6,12%, o que representa um aumento da letalidade do coronavírus de apenas 1,15%, nas últimas 24 horas, o que também mostra uma tendencia de desaceleração na taxa de crescimento.

A taxa de crescimento dos casos confirmados nos países mais afetados da Europa parece estar diminuindo consideravelmente. Com a exceção do Reino Unido(7,09%), Espanha (3,00%), Itália (3,18%), Alemanha (2,65%), Portugal 3,33) e Franca (3,43%) os países europeus mais afetados pela pandemia apresentaram nas últimas 24 horas taxas de crescimento dos casos confirmados por milhão de habitantes em torno de 3%. Esses dados indicam a possibilidade de que o Estágio 2 do Covid-19, que se caracteriza pela contaminação descontrolada, pode estar chegando ao fim. Se esse diagnóstico for confirmado, Europa poderá estar entrando na Fase 3 que é o processo de desaceleração da contaminação. Entretanto, os índices de letalidade do Covid-19 continuam elevadíssimos: Franca, 14,75%; Itália, 12,79%; Reino Unido,12,50% e Espanha 10,19%, resultado da adoção tardia da politica de isolamento social. Por outro lado, Portugal e Alemanha continuam apresentando baixos índices de letalidade: 2,94% e 2,65%, respectivamente.

Já a situação na America do Norte é extremamente preocupante uma vez que os EUA e Canadá parecem estar em pleno desenvolvimento do Estágio 2; ou seja, a contaminação descontrolada. Os Estados Unidos chegaram a um índice de contaminação de 1.618,11 casos por milhão de habitantes e o Canadá a um índice de contaminação de 613,97 casos confirmados. O que chama a atenção é que os EUA com um índice de contaminação quase três vezes superior ao Canadá, apresenta um índice de letalidade bastante inferior: 3,86% contra 5,28%, respectivamente.

A evolução da pandemia do Covid-19 na America do Sul parece estar entrando no Estágio 2 em alguns países do Pacífico. É o caso de Chile (415,71), Equador (254,92) e Peru (213,12). Já os países do Atlântico ainda permanecem com índices de contaminação bastante abaixo da média global: Argentina (47,66), Brasil (99,19), Uruguay (142,39). A taxa de letalidade de todos os países da America do Sul permanece ainda abaixo da média global (6,12%). Devemos considerar que o Brasil e a Argentina adotaram rígidas medidas de isolamento social, que certamente vem contribuindo para retardar o momento em que esses países entrem no Estágio 2 da pandemia, que corresponde à contaminação descontrolada. Isso, se confirmado, evitará que o Sistema de Saúde entre em colapso, evitando assim a morte de milhares de infectados, haja vista os exemplos de Espanha, Itália, Franca e Reino Unido.

A seguir, um quadro mostrando o índice de contaminação do coronavírus, sua variação percentual nas últimas 24 horas, e a taxa de mortalidade em relação aos casos confirmados em alguns países selecionados. Os números entre parêntesis representam o índice de contaminação de cada pais. As setas para acima ou para abaixo indicam aumento ou diminuição da taxa de mortalidade em relação ao dia anterior. (Fonte dos dados: Coronavírus Map- Google Org.)


País/ Var. % Tx. Mort.%
Média Mundial (228,42) +4,72 6,12▲
Espanha (3.461,27) +3,00 10,19▲
Itália (2.527,60) +3,18 12,79▲
Alemanha (1.508,76) +2,65 2,29▲
Estados Unidos (1.618,11) +5,64 3,86▲
Portugal ( 1.555,67) +3,33 2,94▲
França (1.398,26 ) +3,43 14,75▲
Reino Unido (1.188,99) +7.09 12,50▲
Canadá (613,97) +7,80 5,28▲
Chile (415,71) + 6,55 1.05▲
Equador (254,92) +1,34 4,34▼
Austrália (245,16 ) +1,42 0,92▲
Peru (213,12) +14,87 2,64▼
Uruguai (142,39) +1,42 1,40▲
Brasil (99,19) +5,11 5,44▲
Russia (92,57) +13.99 0,78▲
China (58,52) +0,12 4,07▲▼
Argentina (47,66) +8,44 4,15▲
Japão (47,68) +12,32 1,57 ▲
México (30,37) +0.00 6,06
Paraguay (18,59) +3,05 4,51▲
Índia (5,53) +11,27 3,21▲
Nigéria (1,54) +4,05 3,15▲

domingo, 5 de abril de 2020

O EXCELENTE RESULTADO ALCANÇADO ATÉ AGORA PELA POLÍTICA DE ISOLAMENTO SOCIAL DO MINISTRO MANDETTA.

Vamos fazer uma corrente para blindar o Ministro Mandetta. Graças a sua estratégia de isolamento social, o Brasil, até às 00:00 h de hoje (05/04/2020), tinha apenas 48,63 casos confirmados por milhão de habitantes e 431 mortes; enquanto os EUA, já tinham alcançado 945,56 casos confirmados por milhão de habitantes e contabilizavam 8.489 óbitos. Só nas últimas 24 horas as autoridades americanas informaram que ocorreram 1.480 novas mortes. Isso significa que alguns estados dos EUA saíram do Estagio 1 (transmissão localizada) e já entraram no Estagio 2 (contaminação descontrolada), estágio que pode provocar o colapso do Sistema de Saúde de QUALQUER PAÍS DO MUNDO.

Por outro lado, o primeiro caso suspeito de Covid-19 apareceu no Brasil em 27/01/2020, enquanto que o primeiro caso nos EUA foi confirmado em 21/03/2020. Nos EUA o coronavírus se espalhou como um regueiro de pólvora porque tardaram em realizar o isolamento compulsório e se dar conta da gravidade da pandemia; gravidade que o Dr Mandetta percebeu imediatamente. Por não perceber a gravidade da situação, Espanha já tem 2.678,70 casos confirmados por milhão de habitantes e quase 11.947 mortes e Itália tem 2.068,81 casos confirmados por milhão de habitantes e 15.362 mortes.

É ISSO QUE O MINISTRO MANDETTA QUER EVITAR QUE ACONTEÇA NO BRASIL!!!!!!

Clique no link e veja

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 07
Centro de Operações em Emergência de Saúde Pública
Doença pelo Coronavírus 2019
06 de abril de 2020/Semana epidemiológica 15 (05-10/04ESPECIAL: DOENÇA PELO CORONAVÍRUS 2019




https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/06/2020-04-06---BE7---Boletim-Especial-do-COE---Atualizacao-da-Avaliacao-de-Risco.pdf?fbclid=IwAR0mOQCI3EC9bxvVfT0b7fFkKIguSa_eAoA3EjI5YoLZR5V9A7SEH_jIR5o