segunda-feira, 22 de agosto de 2016

ALGUNS DOS VALIOSOS LEGADOS DEIXADOS PARA OS CARIOCAS PELAS OLIMPÍADAS DO RIO DE JANEIRO

Nem o mais fanático dos cariocas podia imaginar há sete anos atrás que o Rio de Janeiro seria capaz de realizar as mais fantásticas Olimpíadas da Era Moderna. A começar pela Vila Olímpica construída na Barra da Tijuca, um complexo de 7 condomínios e 31 edifícios composto por 3.604 apartamentos com capacidade para receber 17.950 atletas, além dos outros profissionais das delegações. O empreendimento tem 10.000 metros cúbicos de telhados verdes, que reduzem a sensação térmica, e conta com 75 placas solares para aquecimento da água e uma estação de tratamento permite ainda que a água que é usada para lavar as mãos e tomar banho seja reutilizada em vasos sanitários e na irrigação, gerando economia de cerca de 40% no consumo. Após o encerramento das Paraolimpíadas, a Vila Olímpica se transformará num bairro totalmente planejado e baseado no principio da sustentabilidade, se chamará Ilha Pura, e os apartamentos serão comercializados para moradores comuns. O projeto contempla a construção de um parque público com 72 mil metros quadrados no centro do bairro, desenvolvido de forma a favorecer que as pessoas realizem as atividades do dia a dia caminhando ou de bicicleta. A implantação de um centro comercial no bairro e a presença de mais de quatro quilômetros de ciclovias dentro do parque devem estimular os moradores a evitarem o uso do carro. Todos os condomínios ainda terão estrutura completa de clube em suas áreas comuns, oferecendo piscinas com raias para natação, sauna e academia, entre outras instalações.

Para viabilizar a Vila Olímpica na Barra da Tijuca foi necessário construir a linha 4 do Metrô, unindo os bairros de Ipanema, Leblon, Gávea e São Conrado à Barra da Tijuca, num percurso de 16 quilômetros percorrido em apenas 13 minutos. A nova linha do Metrô do Rio de Janeiro vai transportar, mais de 300 mil pessoas por dia e retirar das ruas cerca de 2 mil veículos por hora/pico. Com a nova linha, o passageiro poderá utilizar todo o sistema metroviário da cidade com uma única tarifa e ir da Barra da Tijuca ao Centro em 34 minutos. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, a Linha 4 do Metrô irá gerar uma economia anual de R$ 883 milhões com a redução de pelo menos uma hora no tempo de deslocamento, em congestionamentos entre a Barra da Tijuca e a Zona Sul. Esse é um projeto que saiu do papel e se tornou uma realidade após 30 anos graças às Olimpíadas.

Outra obra monumental foi o Boulevard Olímpico, o maior "live site" da história dos Jogos Olímpicos. O Boulevard Olímpico foi um projeto concebido para aqueles que não conseguiram ou não puderam adquirir ingressos para assistir aos Jogos Olímpicos. Na realidade foram três Boulevard Olímpicos: um na Zona Portuária, totalmente remodelada, outro no bairro de Madureira e outro em Campo Grande. A Riotur calcula que mais de quatro milhões de pessoas visitaram o Boulevard Olímpico durante os Jogos Olímpicos. Nesses locais, o público pôde assistir às principais provas olímpicas em telões de alta definição, localizados em palcos que tiveram uma programação diária de shows, além de conferir uma série de apresentações de artistas de rua e outras intervenções culturais, tudo de graça. Dos três Boulevard Olímpicos, o mais visitado foi o da Zona Portuária, com 3,2 quilômetros de extensão, instalado entre a Praça XV e o AquaRio e com novos e antigos atrativos, tais como o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio (MAR) e a Cidade do Samba. É lá também ficou a Pira Olímpica acesa durante toda a Olimpíada, dentro do Boulevard, logo em frente à Igreja da Candelária. Essa foi mais uma ideia inovadora para tornar as Olimpíadas mais democráticas e acessíveis ao público que não pôde pagar os ingressos.

Mas de todos os legados das Olimpíadas do Rio de Janeiro, o mais charmoso e sofisticado é o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos). O VLT, em seu projeto completo, consiste em um sistema de seis linhas e 42 estações de trens leves que unem diversos pontos do Centro da cidade e que quando estiverem em pleno funcionamento deverão reduzir em 66% o volume de ônibus(3.500 ônibus) e em 15% o volume de carros que circulam pelo Centro da cidade. É um dos primeiros VLT do mundo a não utilizar cabos aéreos, já que o abastecimento energético do VLT se dá por meio de um sistema único que consiste na combinação de um terceiro trilho, localizado nas paradas e em certos trechos da linha, e de um supercapacitor que utiliza a energia produzida em cada frenagem que, ao ser armazenada, impulsiona os trens do sistema. Tal sistema alimentador gera segurança e principalmente mais economia, além de prescindir da utilização de fios aéreos. O VLT coloca o Rio de Janeiro no nível de cidades tais como Barcelona, Cingapura, Reims, Sevilha, entre outras. Para as Olimpíadas foi inaugurada a Linha 1 do VLT, que une a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont. Confesso que quando entrei pela primeira vez no VLT na Rodoviária Novo Rio me senti como uma criança no trem elétrico do Parque de Diversões. Tudo automático, as portas são abertas pelo próprio passageiro e não tem cobradores. A viagem começou lentamente por entre os armazéns da Zona Portuária, passando pela Cidade do Samba e percorrendo toda a extensão do Boulevard Olímpico até a Praça Mauá. A partir daí, pega a Avenida Rio Branco e percorre o coração do Centro, com paradas no Largo da Carioca e na Cinelândia, áreas totalmente remodeladas e onde não há mais trânsito de veículos, apenas de pedestres. O percurso acaba no Aeroporto Santos Dumont, ampliado e modernizado para as Olimpíadas, e os anexos inaugurados no final do ano passado, o Bossa Nova Mall (uma homenagem à Bossa Nova), um shopping com 1400 metros quadrados, e o Prodigy Hotel Santos Dumont, com 290 quartos e um centro de convenções com capacidade para 800 pessoas.O hotel também conta com lobby bar, três restaurantes, sendo um deles com uma varanda ao ar livre com direito a uma vista panorâmica da Marina da Gloria, Urca, Pão de Açúcar, Cristo Redentor, etc. Enfim, o percurso da Linha 1 do VLT é uma viagem mágica pelo coração da Cidade Maravilhosa que deixa absolutamente encantados tanto aos cariocas como aos turistas.

Não poderia concluir esta matéria sem mencionar o deslumbrante espetáculo visual que foi a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que pode se resumir numa única frase: o Maracanã virou a Sapucaí. No final, assistimos ai um verdadeiro mini-desfile de Escolas de Samba no melhor estilo carnavalesco, como só o Rio de Janeiro poderia realizar. Assim, fiquei convencido de que a decisão de remodelar o Maracanã, apesar de custar mais caro do que construir um novo estádio, foi acertada. O mesmo Maracanã que foi o palco onde ocorreu a tragédia de 1950, quando o Brasil perdeu a Copa do Mundo para Uruguai, agora foi o palco onde o Brasil ganhou sua primeira medalha de ouro Olímpica no futebol e o palco das mais espetaculares cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Desta vez foi bom não seguir o exemplo dos ingleses que demoliram Wembley, o mais sagrado templo do futebol dos ingleses, e talvez do mundo.

Portanto, eu não tenho nenhuma dúvida de que as Olimpíadas do Rio de Janeiro representam um divisor de águas para a Cidade Maravilhosa, que certamente fortaleceu consideravelmente seu status no mercado turístico internacional como a mais bonita, charmosa e acolhedora cidade turística da America Latina. Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro receberam a maior cobertura jornalística da história, pois, em comparação à Londres 2012, a cobertura de TV aumentou em 25%, com 125 mil horas de cobertura, das quais 81.5 mil horas de cobertura digital. Significa 2,5 vezes a mais do que o oferecido em Londres. A audiência online da NBC durante os Jogos Olímpicos foi de mais de 2 bilhões de minutos via streaming. Ela é maior do que o consumo online das ultimas cinco olimpíadas juntas. Assim, foram mais de 3,5 bilhões de pessoas que assistiram no mundo inteiro aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e que, certamente, lá no íntimo, desejariam ter estado aqui.

E a mim cabe agradecer aos deuses do Olímpio por ter me dado a oportunidade de poder participar de tudo isso em vivo e a cores.


sábado, 6 de agosto de 2016

RESPOSTA AOS INVEJOSOS E RECALCADOS DE PLANTÃO


A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos no Maracaná foi a mais perfeita e incontestável resposta àqueles que desde a indicação em 2009 do Rio de Janeiro como sede da 31ª edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna vinham fazendo críticas e achando que seria um desastre. Recentemente, em consequência de fatores que nada tem a ver com o esporte e com a organização de uma Olimpíada, as noticias tendenciosas e mal intencionadas divulgadas pela imprensa internacional descreveram um cenário de terror em relação às condições de segurança e saúde na Cidade Maravilhosa, além de apontar graves defeitos, segundo eles, nas instalações da Vila Olímpica. E o que acabamos de ver há alguns minutos atrás? Vimos a mais alegre, descontraída, esplendorosa, criativa, bonita e emocionante abertura dos Jogos Olímpicos de todos os tempos e que me atrevo a dizer, jamais será superada por nenhuma outra cidade que venha a sediar as Olimpíadas no futuro. Nunca o espírito olímpico esteve tão presente numa cerimônia que fugiu de todos os padrões estabelecidos até agora pelo Comité Olímpico Internacional e que teve a cara do Rio de Janeiro. Uma cidade que organiza a maior e mais bonita festa popular do mundo, além da maior e mais bonita queima de fogos de artifícios do mundo, não poderia deixar de organizar a mais bonita cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do mundo. Perfeita e incontestável resposta para os invejosos e recalcados, infelizmente alguns vizinhos nossos, e outros acima da linha do Equador, que fizeram questão de denegrir a imagem do Rio de Janeiro através dos meios de comunicação e das redes sociais, compartilhando matérias relatando fatos pontuais e isolados que acontecem em qualquer metrópole do mundo e que eles descreveram como fatos corriqueiros e generalizados. É uma pena que Woody Allen tenha nascido em Nova Iorque, porque se tivesse nascido aqui, no lugar de criar a obra prima "Manhattan" teria criado uma outra obra prima: "Rio de Janeiro". Não há palavras que possam descrever a beleza e grandiosidade das imagens que tivemos o privilégio de ver pela televisão ou "in loco". Obrigado ao Comité Olímpico Internacional por ter acreditado no Rio de Janeiro, e obrigado ao Comité Olímpico Brasileiro e ao Prefeito Eduardo Paes por acreditar que seria possível oferecer ao mundo o mais maravilhoso espetáculo de abertura dos Jogos Olímpicos de todos os tempos. As imagens mágicas que nós vimos hoje no Maracaná ficarão gravadas nas nossas mentes para sempre. E aos recalcados e invejosos de plantão: aqui pra vocês.!!!!!!