sábado, 26 de dezembro de 2020

HISTORIA DA FUNDAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO MOINHO FLUMINENSE PELOS IRMÃOS CARLOS E LEOPOLDO GIANELLI (de 25/08/1887 à 20/11/1927)

Carlos Gianelli
                                                                  
                                                        CARLOS GIANELLI
                                             Nasc.: 08/12/1854 (Montevideu- Uruguay)
                                             Morte:14/03/1908 (Europa)


MARCO HISTÓRICO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.
Há mais de um século, um conjunto de prédios em frente ao cais do porto figura proeminente na paisagem e na história do Rio de Janeiro. Inaugurado quando o País ainda era Império, e a cidade, sua capital,  a primeira fábrica de farinha de trigo do Brasil teve seu alvará de funcionamento concedido pela Princesa Isabel, em 25 de agosto de 1887.  Fruto do empreendedorismo dos irmãos uruguaios Carlos e Leopoldo Gianelli, o Moinho Fluminense  por exatos 100 anos funcionaria ali, naquele conjunto de fábricas, armazéns e silos hoje tombado pelo patrimônio histórico e arquitetônico do bairro da Saúde. Palco e testemunha de guerras, revoluções sociais, mudanças de regime e crises financeiras mundiais, o Moinho Fluminense foi também ponta de lança de enormes avanços industriais que ajudaram a movimentar a economia nacional e trazer o Brasil para o século XXI. 

CHEGADA DE CARLOS GIANELLI AO BRASIL. 
Filho do empresário da moagem de trigo Santiago Gianelli italiano de Castiglione Chiavarese, que havia migrado para o Uruguai em 1849, Carlos Gianelli tem 25 anos quando chega ao Rio de Janeiro, após período de estudos na Inglaterra, para instalar um moinho na capital do Brasil Imperial. Com a experiência adquirida na indústria do pai em Montevidéu, Carlos, auxiliado pelo irmão Leopoldo, abre seu primeiro moinho de beneficiamento de trigo em um prédio da antiga Rua Larga de São Joaquim, atual Rua Marechal Floriano, Centro do Rio de Janeiro.

FUNDAÇÃO DA GIANELLI & CIA. 
No dia 11 de julho de 1883, três anos após sua chegada, Carlos Gianelli se associa a Francisco de Paula Mayrink para fundar a Gianelli & Cia., com contrato social registrado na Junta Comercial da Corte.  

INAUGURAÇÃO DO MOINHO FLUMINENSE. 
Os irmãos Gianelli deslocam sua indústria de moagem para a Rua da Saúde, atual Rua Sacadura Cabral, no bairro da Saúde, zona portuária do Rio de Janeiro. As novas instalações ficam no prédio Nº 170, adquirido por 60 mil réis ao proprietário Benjamin Wolf Moss (que precisou rescindir o contrato com o então arrendatário, indenizado com a quantia de 3 mil réis), e no terreno vizinho, Nº 172, adquirido por 70 mil réis à Arthur Moss & Cia. (A quitação plena e geral da hipoteca dos imóveis seria lavrada em 18 de março de 1890.) É fundada então a sociedade comanditária Moinho Fluminense, a primeira fábrica de moagem de trigo do Brasil, que tem como principais acionistas a Gianelli & Cia. (400 ações), Leopoldo Gianelli (180 ações), as empresas Phipps Irmãos & Cia., Duvivier & Cia. e John Pethy & Cia. (100 ações cada), Carlos Gianelli (90 ações), o cônsul Érico A. Pena (50 ações) e o Visconde de Carapebris (40 ações). No dia 25 de agosto de 1887, a nova sociedade ganha o alvará de funcionamento, concedido pela Princesa Isabel, dando início às operações e à história do Moinho Fluminense (o decreto seria publicado no Diário Oficial do dia 1º de setembro de 1887. A capacidade de moagem inicial do Moinho Fluminense é de 80 toneladas de trigo por dia.

POLÍTICA PIONEIRA DE DISTRIBUIÇÃO DE MELHORES SEMENTES PARA OS AGRICULTORES.
Instalado em um prédio de cinco andares projetado por Antonio Jannuzzi, na época um dos melhores arquitetos do Rio de Janeiro, o Moinho Fluminense é o primeiro moinho industrial moderno do País. Seu maquinário vem importado da fábrica Thomas Robinson & Son, de Rochdale, Inglaterra. Sua produção não é comercializada diretamente com o grande público, sendo distribuída exclusivamente pela firma John Moore & Cia., com sede na Rua Candelária, Nº 92, Centro do Rio de Janeiro. Já nos primeiros anos, o Moinho Fluminense apresenta bom desempenho: em 1888, pagas todas as despesas e separados os montantes destinados aos lucros suspensos e ao fundo de reserva, os associados ganham dividendos da ordem de 14%. A concorrência limita-se ao Moinho Inglês, então a única outra empresa dedicada à industrialização do trigo na cidade do Rio de Janeiro. Para fomentar o cultivo do grão no País, o Moinho Fluminense passa a distribuir sementes da melhor qualidade a agricultores das regiões Nordeste (PE) e Sul (PR, SC, RS). Note-se que essa politica pioneira adotada pelo Moinho Fluminense a partir de 1890 de distribuir melhores sementes para os agricultores para melhorar a produtividade e a qualidade do trigo nacional se consolidou definitivamente no Brasil com a criação da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em 07 de Dezembro de 1972, com a missão de "Viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira". Foi a partir de pesquisas cientificas no setor agropecuário realizadas  pelos 2.444 pesquisadores da EMBRAPA trabalhando em centros de pesquisa espalhados em quase todos os estados brasileiros que foi possível elaborar técnicas e insumos capazes de tornar o Brasil o terceiro maior produtor de alimentos e o segundo maior exportador de alimentos do mundo; havendo uma previsão de que a partir de 2030 poderá se tornar o maior produtor de alimentos do mundo. 

O MOINHO FLUMINENSE SE TORNA S.A.
Em 1889, a empresa anexa um prédio próximo à sua fábrica no Nº 176, adquirido por 65 mil réis à dona Maria Joaquina Duarte e torna-se sociedade anônima. A S.A. Moinho Fluminense tem como primeiro diretor-presidente o seu fundador, Carlos Gianelli. 

A FACHADA DO MOINHO FLUMINENSE
Antes do Aterro e da construção do cais do porto, o mar vinha bater à porta do Moinho Fluminense. A fachada do Moinho Fluminense foi um projeto e construção de Antonio Jannuzzi, Irmão & Co. O prédio original do Moinho Fluminense com cinco andares foi construído em 1887; em 1896, a construção do prédio da Administração; em 1912 a construção do Silo Nº 1, do túnel ligando o Porto ao Parque Industrial e do elevador para descarga dos navios. A fachada do Moinho Fluminense foi modernizada em 1913, após acréscimo de mais quatro andares sobre o original. Em 1926, a construção do Silo Nº 2. 

CARLOS GIANELLI ABRE A ROTA DE COMPRA DE TRIGO DO URUGUAI E DA ARGENTINA
Relatório referente ao período de 1º de abril de 1889 a 30 de setembro de 1891 registra preocupação que perduraria em anos seguintes: a política tarifária do País estaria gerando frequentes oscilações do câmbio, elevando o preço do trigo importado (e encarecendo as mercadorias do Moinho Fluminense) ao mesmo tempo em que dava estímulos à penetração, no mercado nacional, de farinhas de trigo estrangeiras. Por outro lado, negociações do diretor-presidente Carlos Gianelli com produtores de trigo na região do Rio da Prata logram importante conquista para a empresa. Se até então a S.A. Moinho Fluminense importava trigo principalmente de Nova York, da Nova Zelândia e da Região do Báltico, o Prata passa a oferecer uma alternativa de fonte de matéria-prima mais próxima e com maior segurança contra danificação do cereal (causada pelo depósito em celeiros expostos aos rigores do clima naquelas outras regiões). Isto foi possível porque Henrique Gianelli, irmão de Carlos e Leopoldo era Presidente do Moinho Gianelli, maior moinho de trigo na época  em Montevidéu- Uruguay. Henrique Gianelli, naturalmente conhecia e tinha contato com os maiores produtores de trigo do Uruguay e da Argentina para abastecer de matéria prima o moinho fundado pelo seu pai, Giácomo Gianelli que tinha migrado para o Uruguay em 1849 e fundado o Moinho Gianelli. Note-se que a abertura da rota de compra de trigo do Uruguay e da Argentina foi um acontecimento histórico que se consolidaria ao longo  do século XX e até nossos dias. Em 2019, 83%  (6, 6 milhões de toneladas) das importações de trigo do Brasil procederam da Argentina. E a oscilação na política tarifária sobre o trigo é problema que persiste até agora tal como acontecia em 1889.  Em Junho de 2019, o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex), órgão deliberativo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), autorizou uma cota adicional de importação de 450 mil toneladas de trigo de fora do Mercosul sem Tarifa Externa Comum (TEC) de 10%. A decisão do governo brasileiro de ampliar a cota para a importação de trigo de fora do Mercosul gerou protesto dos produtores e exportadores da Argentina – principal fornecedor do cereal para o Brasil. Essas indas e vindas na politica tarifária brasileira em relação à importação de trigo continua provocando até hoje grandes incertezas tanto nos fornecedores de trigo quanto nos importadores de trigo do Brasil. 
O relatório do Moinho Fluminense no período 1889/1891 aponta  entre os maiores consumidores dos produtos da empresa,  os mercados do Rio de Janeiro, de São Paulo embora cite embaraços no transporte da farinha ao mercado paulista via estrada de ferro Central do Brasil e do Rio Grande do Sul

CONCORRÊNCIA ESTRANGEIRA
Relatório referente ao ano de 1892 e início de 1893 segue indicando a concorrência de farinhas importadas como um desafio às finanças da empresa. Além de apresentarem menor qualidade e, portanto, preços reduzidos, as farinhas estrangeiras chegam ao País em sacos e barricas livres de direitos diferentemente dos produtos do Moinho Fluminense, que precisa importar sacos, devido ao preço não compensador cobrado pelo fabricante nacional de sacaria. Ainda assim, no segundo semestre de 1892, após pagos os dividendos (3%), os lucros distribuídos aos acionistas atingem 28% do capital. Somados aos 14% repartidos durante o período em que a empresa era sociedade comanditária, totalizam 42% até então. 

RUI BARBOSA SE REFUGIA NO MOINHO FLUMINENSE
A Revolta da Armada foi um levante da Marinha brasileira - apoiado supostamente pela oposição monarquista -, que, insatisfeita com a recém-proclamada República, exigia a renúncia do presidente Floriano Peixoto. O restante das forças armadas, no entanto, assim como grande parcela da sociedade civil, apoiou o novo Presidente, e a Revolta acabou sufocada no prazo de seis meses. No ano de 1893, durante a Revolta da Armada , enfrentamento bélico entre a Marinha e o Exército do Presidente Floriano Peixoto, o Ministro da Fazenda Ruy Barbosa, considerado o mentor da revolta, refugia-se eentro do Moinho Fluminense, com a ajuda do amigo Carlos Gianelli. Ameaçado de prisão, em 1º de Outubro parte para Chile e o Jornal do Brasil do qual era Redator-Chefe é fechado. Rui Barbosa (05/08/1949- 01/03/1923) foi um intelectual, político, advogado, jornalista, diplomata, orador e escritor brasileiro e uma das mais importantes figuras na história do Brasil, pois participou da fundação da Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual foi presidente, após a morte de Machado de Assis.

REVOLTA DA ARMADA AGRAVA DIFICULDADES. 
Em 1893, o enfrentamento bélico entre a Marinha e o Exército do Presidente Floriano Peixoto, a chamada Revolta da Armada, que tem como palco principal a Baía de Guanabara traz novos e graves transtornos para as atividades da S.A. Moinho Fluminense. O Moinho se torna cenário e personagem do combate; tropas de guarnição do litoral e da polícia portuária ocupam as dependências da empresa; trincheiras são construídas sobre a ponte de embarque e desembarque da fábrica; tiros são disparados em direção ao moinho, atingindo telhados, caldeiras e os próprios funcionários. Como consequência, o desembarque da matéria-prima no porto é prejudicado, a remessa de farinha para a Região Sul deixa de ser feita, após interceptação da via marítima, e a estrada de ferro Central do Brasil deixa de prestar o serviço regular de transporte das mercadorias para o interior fluminense e paulista. Some-se a isso o câmbio desfavorável e um convênio firmado entre os governos brasileiro e americano, que favorece a importação de farinhas de trigo americanas, e o Moinho Fluminense se vê obrigado a reduzir sua moagem e, consequentemente, seu lucro. No segundo semestre de 1893, a empresa não apresenta lucro em suas atividades. No ano seguinte, contudo, a empresa volta a apresentar lucros suficientes para saldar os juros de suas dívidas consolidada e flutuante e operar pequenos abatimentos na última.

DEPÓSITO DE FARINHAS DO MOINHO FLUMINENSE NO RIO DE JANEIRO
Para aumentar lucros, a empresa elimina intermediários, estabelecendo distribuidoras em cidades consumidoras e vendendo seus produtos diretamente a padeiros . Os anos seguintes veem o Moinho Fluminense superar os desafios agravados pela guerra na Baía de Guanabara e navegar mares mais calmos. Atendendo a reivindicações do setor moageiro, o Congresso Nacional isenta as empresas da taxa de expediente sobre o trigo. O mercado consumidor cresce, a ponto de, em 1896, a empresa não dar conta da demanda de seus clientes. (No mesmo ano, o jornal O Paiz informa que a S.A. Moinho Fluminense teria comprado toda a produção de trigo de Montevidéu, no Uruguai.) No ano seguinte, o maquinário da empresa contabiliza então 33 moinhos, 20 purificadores, 30 centrífugas e cernideiras, 20 máquinas de peneirar, 8 máquinas de ensacar farinha e farelo, 40 máquinas para limpar o trigo, 23 aspiradores e ventiladores e 4 balanças automáticas. Em agosto de 1897, o relatório da diretoria à assembleia geral de acionistas revela que a produção teria mantido os níveis de exercícios anteriores e que a estratégia da empresa de evitar ao máximo os intermediários comprando diretamente de produtores e vendendo diretamente a padeiros teria dado lucro. Ainda em 1897, soldados provenientes da campanha de Canudos (BA) retornam à capital e se instalam em habitações precárias no Morro da Providência, próximo ao Ministério do Exército e ao Moinho (ao fundo). Segundo alguns historiadores, tendo se aquartelado durante a batalha no sertão baiano em um morro chamado favela recoberto por arbusto rasteiro de mesmo nome, eles teriam batizado a nova morada também de favela. Segundo essa versão, seria a primeira favela do Brasil.

OPERAÇÃO A TODO VAPOR. 
O relatório de fins de agosto de 1898 indica uma produção regular, operação ininterrupta do maquinário e finanças positivas: após pagos os juros de capital tomado a crédito; após atendido o serviço de amortização das debêntures e pagos os respectivos juros; e após ser reservada elevada soma para a conta de lucros suspensos (necessária para resguardar a empresa de adversidades futuras); o Moinho Fluminense distribui dividendos de 7% aos acionistas. Com isso, desde a instalação da sociedade comanditária, os dividendos distribuídos pela empresa totalizariam então 70% de seu capital social. No mesmo ano, a empresa tem como maior concorrente a Moinhos e Granéis do Rio de Janeiro. Em 1899, a empresa anuncia que irá aumentar o movimento de moagem das máquinas devido à ampliação da clientela. Além disso, novas solicitações de lavradores por sementes indicam que os esforços da empresa em fomentar o cultivo de trigo nos campos do País começam a dar resultados. As primeiras décadas do século XX reservariam, no entanto, mais dificuldades. 

DESAFIOS ECONÔMICOS NO  INÍCIO DOS ANOS DE 1900 
No primeiro semestre do ano de 1900, a diretoria da S. A. Moinho Fluminense comunica a assembleia de acionistas decisão do Governo Federal de retirar a pequena proteção concedida ao setor moageiro, tributando pesadamente a entrada do trigo em grão no território nacional. A medida novamente favorece a concorrência estrangeira; o aumento do preço do trigo no mercado internacional tampouco ajuda. A conjuntura econômica, somada à necessidade de uma série de amplas reformas nas instalações do Moinho Fluminense, faz com que durante a maior parte das duas primeiras décadas do século XX a empresa decida não distribuir dividendos aos acionistas. Apenas em março de 1918 a diretoria voltaria a propor o pagamento de dividendos de 10% sobre o capital social. 

RODRIGUES ALVES ANUNCIA A REFORMA DOS PORTOS NACIONAIS
 Em dezembro de 1902, Rodrigues Alves assume a Presidência da República e, em mensagem ao Congresso Nacional, anuncia a intenção de melhorar os portos nacionais, a começar pelo do Rio de Janeiro. A obra envolveria o aterro de mais de três quilômetros de faixa costeira, dando origem a várias pequenas baías entre a ponta de São Bento e a de São Cristóvão, e favoreceria o Moinho Fluminense por ampliar os terrenos adjacentes à indústria, permitindo a extensão de suas instalações. As obras de ampliação do porto aconteceriam ao longo da década, sendo o novo Porto do Rio de Janeiro inaugurado em 20 de julho de 1910. 

REVOLTA DA VACINA AFETA A PRODUÇÃO DO MOINHO FLUMINENSE
Em meados de 1904, chegava a 1.800 o número de internações devido à varíola no Hospital São Sebastião. Mesmo assim, as camadas populares rejeitavam a vacina, que consistia no líquido de pústulas de vacas doentes. E ainda corria o boato de que quem se vacinava ficava com feições bovinas. Então, em junho de 1904, Oswaldo Cruz motivou o governo a enviar ao Congresso um projeto para reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação em todo o território nacional. Após intenso bate-boca no Congresso, a nova lei foi aprovada em 31 de outubro e regulamentada em 9 de novembro.Em 5 de novembro, foi criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. Cinco dias depois, estudantes aos gritos foram reprimidos pela polícia. Durante a Revolta da Vacina, a população monta barricadas entre 10 e 16 de novembro de 1904 em frente ao Moinho Fluminense contra a vacinação obrigatória instituída pelo diretor- -geral de Saúde Pública, o médico Oswaldo Cruz .No dia 11, já era possível escutar troca de tiros. No dia 12, havia muito mais gente nas ruas e, no dia 13, o caos estava instalado no RioApós um saldo total de 945 prisões, 461 deportados, 110 feridos e 30 mortos em menos de duas semanas de conflitos, Rodrigues Alves se viu obrigado a desistir da vacinação obrigatória. 

FALECIMENTO DE CARLOS GIANELLI.
Acometido por grave doença, não diagnosticada, em 1906, Carlos Gianelli é levado para tratamento na Europa, ficando o seu irmão Leopoldo com o cargo de diretor-presidente do Moinho Fluminense. O fundador da empresa morreria dois anos depois, em 1908, ainda fora do Brasil. 

PARTICIPAÇÃO NA EXPOSIÇÃO NACIONAL. 
Organizada no Rio de Janeiro entre 11 de agosto e 15 de novembro de 1908, no bairro da Urca, a Exposição Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil conta com a presença do Moinho Fluminense, que expõe pequenos sacos e frascos de cristal com amostras de farinha de trigo, semolinas, farelo, farelinho, etc. A participação no evento confirma a importância da empresa para a economia nacional de então ao final daquela década. Além da elevada produção em termos de moagem de trigo, o Moinho emprega aproximadamente 150 pessoas e consome, anualmente, em torno de 1 milhão de metros de pano nacional, de uma então emergente indústria têxtil brasileira.

A MULTINACIONAL BUNGE & BORN ADQUIRE A MAIORIA DAS AÇÕES
 Em 1914, a multinacional holandesa Bunge & Born presente no Brasil desde 30 de setembro de 1905, quando da fundação da S. A. Moinho Santista Indústrias Gerais adquire a maioria das ações  da S. A. Moinho Fluminense e passa a controlar a sua produção, embora  D Leopoldo Gianelli continue na função de Diretor-Presidente da S.A. Moinho Fluminense até o final dos seus dias. Em 1925, a capacidade de moagem do Moinho Fluminense alcança  200 toneladas de trigo por dia. 

REFORMAS E RELAÇÃO COM O CONSUMIDOR A PARTIR DO INÍCIO DOS ANOS DE 1920 
Durante o início dos anos 1920, a empresa segue investindo em melhorias de suas instalações e equipamentos. Foi o primeiro moinho a fabricar farinha com o uso de cilindros no Brasil. Em 1923, terminadas as reformas no Moinho Fluminense, mesmo operando em capacidade máxima de moagem, a empresa mal consegue dar conta da demanda. Em 1924, o Moinho cria uma seção de vendas e passa a lidar diretamente com os clientes. Até aproximadamente 1924, a farinha de trigo era acondiciona em barricas de 44 quilos, sistema remanescente da época em que o produto era importado de outros países; posteriormente, passou-se a utilizar sacos, mudança que desagradou aos consumidores, dado que as barricas de madeira se prestavam a múltiplas utilidades.

FALECIMENTO DE LEOPOLDO GIANELLI.
Em 20 de novembro de 1927, morre em Paris, Leopoldo Gianelli, fundador e então diretor-presidente da S. A. Moinho Fluminense, após uma intervenção cirúrgica à qual não resistiu. Os seus restos mortais chegaram ao Rio de Janeiro no navio "Andalucia", no dia 22 de Dezembro de 1927. Após o falecimento de D Leopoldo Gianelli, assume a Presidência da empresa um executivo da  multinacional Bunge & Born, se encerrando, portanto, a participação da família Gianelli no posterior desenvolvimento do Moinho Fluminense.

O PRÉDIO DO MOINHO FLUMINENSE É TOMBADO 
O prédio do Moinho Fluminense, de rara beleza arquitetônica, considerado um exemplo clássico de uma bela arquitetura industrial inglesa, foi tombado pela Prefeitura do Rio de Janeiro em 1987.

Fonte da pesquisa: Relatórios Periódicos do  Moinho Fluminense 


                                                    LEOPOLDO GIANELLI
                                               Nasc.:           1864 (Montevideu - Uruguay)
                                               Morte: 20/11/1927 (Paris)



        

segunda-feira, 1 de junho de 2020

PORQUE O DECANO DO STF ALERTA SOBRE UM POSSÍVEL GOLPE DE ESTADO

O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celo de Mello, preocupado com os rumos do Estado Democrático de Direito, decidiu descrever para alguns amigos no WhatsApp, sem meias palavras nem eufemismos, a perigosa rota pela qual parece estar navegando a democracia brasileira. Celso de Mello utilizou como exemplo do passado a trajetória política de Adolf Hitler a partir de sua nomeação como Primeiro Ministro da Alemanha, que culminou com a dissolução de todos os partidos políticos e a declaração em 14 de Julho de 1933, através de um decreto-lei, que transformou Alemanha numa ditadura de partido único, totalitária e autocrática:
“O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães constitui o único partido político da Alemanha. Aquele que tentar manter ou formar um novo partido será punido com trabalhos forçados por três anos ou com prisão de seis meses a três anos, se a ação não estiver sujeita a penalidade maior, em conformidade com outros regulamentos".

A seguir, a transcrição"ipsis litteris" da mensagem via WhatsApp, que Celso de Mello enviou para alguns dos seus contatos. O texto, de acordo com ele, 'é manifestação exclusivamente pessoal', não tem vinculação ao STF, nem foi enviado a colegas ministros.

“GUARDADAS as devidas proporções, O “OVO DA SERPENTE”, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933) , PARECE estar prestes a eclodir NO BRASIL ! É PRECISO RESISTIR À DESTRUIÇÃO DA ORDEM DEMOCRÁTICA, PARA EVITAR O QUE OCORREU NA REPÚBLICA DE WEIMAR QUANDO HITLER, após eleito por voto popular e posteriormente nomeado pelo Presidente Paul von Hindenburg , em 30/01/1933 , COMO CHANCELER (Primeiro Ministro) DA ALEMANHA (“REICHSKANZLER”), NÃO HESITOU EM ROMPER E EM NULIFICAR A PROGRESSISTA , DEMOCRÁTICA E INOVADORA CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR, de 11/08/1919 , impondo ao País um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição , em março de 1933 , da LEI (nazista) DE CONCESSÃO DE PLENOS PODERES (ou LEI HABILITANTE) que lhe permitiu legislar SEM a intervenção do Parlamento germânico!!!! “INTERVENÇÃO MILITAR”, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, NADA MAIS SIGNIFICA, na NOVILÍNGUA bolsonarista, SENÃO A INSTAURAÇÃO , no Brasil, DE UMA DESPREZÍVEL E ABJETA DITADURA MILITAR !!!!”

As reiteradas, graves, agressivas e violentas ofensas por parte do Presidente da República e de alguns dos seus ministros de Estado contra membros do Poder Judiciário, do Poder Legislativo, Governadores e Prefeitos, assim como a crescente tentativa do Presidente Jair Bolsonaro de controlar estratégicas instituições republicanas, somado à crescente militarização do Poder Excecutivo através da nomeação de oficiais de alta patente, tanto da reserva como da ativa, em postos-chave normalmente ocupados por civis, são fatos que justificam plenamente a grande preocupação do ministro Celso de Mello com a iminente ruptura do sistema democrático. As várias ameaças veladas do Presidente da República no sentido de praticar uma intervenção caso não sejam atendidas suas demandas, indicam claramente a intenção de provocar uma ruptura institucional.

Duas declarações nesta quarta-feira (27/05) do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente; a primeira, "que a questão não é de 'se', mas, sim, de 'quando' isto vai ocorrer"; e a segunda, "'quando chegar ao ponto em que o presidente não tiver mais saída e for necessária uma medida enérgica, ele é que será taxado como ditador", mostram sem nenhuma sombra de dúvida que o objetivo final é a dissolução do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. É de Eduardo Bolsonaro a frase " para fechar o STF bastam um cabo e um soldado".

Para justificar e defender o golpe de Estado, os bolsonaristas contam com um poderoso e complexo controle sobre algumas mídias, notadamente Twitter e You Tube, verdadeiras milicias virtuais que são utilizadas para organizar ataques maciços contra seus opositores, modelo similar ao adotado pelo Ministro de Propaganda Nazista, Joseph Goebbels, para atacar os judeus e os bolcheviques, alem de tentar difundir e implantar a moral nazista (ou seria bolsonarista). Não foi por acaso que o ex-secretário especial da Cultura do governo federal, Roberto Alvim, citou trechos de uma fala do ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, ao anunciar a liberação de R$ 20 milhões para o Prêmio Nacional das Artes. As doutrinas e ideologias adotadas pelo núcleo ideológico, chamado de "Gabinete do Ódio", que é quem orienta na realidade o conjunto de ações politicas do Presidente Jair Bolsonaro, são fundamentadas nas doutrinas e ideologias neofascistas. E não se enganem os partidários do diálogo porque aqueles que conhecem sua biografia desde a época em que era militar da ativa sabem que Bolsonaro está determinado a levar seu plano subversivo até o fim. Custe o que custar.

Documentos produzidos pelo Exército Brasileiro na década de 1980 mostram que os superiores de Bolsonaro o avaliaram como dono de uma "excessiva ambição em realizar-se financeira e economicamente". Segundo o superior de Bolsonaro na época, o coronel Carlos Alfredo Pellegrino, Bolsonaro "tinha permanentemente a intenção de liderar os oficiais subalternos, no que foi sempre repelido, tanto em razão do tratamento agressivo dispensado a seus camaradas, como pela falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos". Portanto, por mais ilógico, irracional e desequilibrado que possa ser, é um plano subversivo, cuidadosamente elaborado para tentar transformar a democracia brasileira numa ditadura militar bolsonarista. Nenhum governo eleito após o fim da ditadura militar subverteu de forma tão radical os princípios democráticos estabelecidos como vem ocorrendo no governo Bolsonaro. E essa é a pior de todas as formas de corrupção. Será o maior teste para a democracia desde a redemocratização em 1985.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR

Por que o primeiro ato do novo diretor da PF, delegado Ronaldo de Souza, foi mudar o superintendente da Policia Federal do Rio de Janeiro, Carlos Henrique de Oliveira, onde o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro, é investigado?

Segundo mostram documentos e dados levantados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, o senador Flavio Bolsonaro é suspeito de financiar e lucrar com a construção ilegal de prédios erguidos pela milícia usando dinheiro público. A investigação preocupa à família Bolsonaro – os advogados do senador já pediram por nove vezes que o procedimento seja suspenso. O investimento para as edificações levantadas por três construtoras teria sido feito com dinheiro da “rachadinha”, coletado no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro, quando era deputado estadual, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O andamento das investigações que fecham o cerco em torno do filho de Jair Bolsonaro seria um dos motivos para que o presidente pressionasse o ex-ministro Sergio Moro para trocar o comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro.O ex-ministro Sérgio Moro não aceitou a interferência do presidente Bolsonaro na sua equipe de confiança e pediu demissão.


segunda-feira, 4 de maio de 2020

ESTARÍAMOS À BEIRA DE UM GOLPE DE ESTADO?

Na live de hoje, durante mais uma manifestação anti-democrática na frente do Planalto, Bolsonaro declarou: “"O que nós queremos é o melhor para o nosso país, a independência verdadeira dos três Poderes, não apenas uma letra da Constituição. Chega de interferência, não vamos mais admitir interferência, acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente. Vocês sabem que o povo está conosco, as forças armadas ao lado da lei, da ordem, da democracia, também estão ao nosso lado. Vamos tocar o barco, peço a Deus que não tenhamos problema nessa semana, porque chegamos no limite. Não tem mais conversa, daqui para frente, não só exigiremos; faremos cumprir a Constituição, ela será cumprida a qualquer preço".

Não precisa nem ler nas estrelinhas para perceber que essas declarações representam, sem a menor sombra de dúvida, uma ameaça de ruptura institucional, dirigida especificamente contra o Supremo Tribunal Federal, o que, em português claro significa, golpe de estado. O recado está mais do que dado e o que resta saber é se Bolsonaro está falando da boca para fora ou se realmente conta com o apoio das Forças Armadas. Aparentemente, tudo leva a crer que pelos menos um grupo de militares descontentes desde longa data com algumas das decisões do Supremo Tribunal Federal pode estar apoiando os reiterados atos de transgressão dos limites de atuação do presidente da república, nos quais vem tentado impor sua vontade pessoal, além dos limites institucionais. Parece difícil acreditar que Bolsonaro iria a desafiar e a ameaçar o Supremo Tribunal Federal, a mais alta instância do poder judiciário brasileiro e cuja função institucional fundamental é de servir como guardião da Constituição Federal de 1988 , se não tivesse o apoio de pelo menos certos integrantes de alta patente das Forças Armadas. É notória a crescente participação de militares da ativa em postos-chave do governo que em outras gestões foram ocupados por políticos de carreira. E parece bastante inusual que num domingo Bolsonaro tenha-se reunido com a cúpula das Forças Armadas (Ministro de Defesa e Comandantes do Exercito, da Aeronáutica e da Marinha) antes de ir ao encontro das manifestações contra o Congresso e contra o Supremo Tribunal Federal, em que foram agredidos vários membros da imprensa que estavam cobrindo o evento.

Hoje, Bolsonaro se colocou acima do Supremo Tribunal Federal, e se atribui o direito de fazer cumprir a Constituição de acordo com sua vontade pessoal. A gota de água que acabou com a paciência de Bolsonaro foi a decisão do ministro Luis Alberto Barroso de suspender por 10 dias a expulsão dos diplomatas da Venezuela que estão no Brasil como representantes do governo de Nicolás Maduro. Paradoxalmente, Luis Alberto Barroso em 2010, quando ainda não era ministro da corte suprema, foi o advogado da defesa no processo de extradição de Cesare Battisti, feito pelo governo italiano. Na época, o Supremo Tribunal Federal autorizou a extradição e reiterou que a palavra final sobre a entrega do extraditando é do Presidente da República, nos termos do tratado de extradição existente com a Itália.

As próximas horas serão cruciais para definir qual será o papel das Forcas Armadas no confronto entre o Poder Excecutivo (leia-se Bolsonaro) e o Supremo Tribunal Federal. Depois das declarações de hoje de Bolsonaro na rampa do Planalto, as Forcas Armadas foram definitivamente envolvidas na disputa de poder e não podem deixar de se manifestar. O silêncio das Forcas Armadas será certamente interpretado como um endosso às ameaças feitas por Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal e um apoio velado à declaração "faremos cumprir a constituição a qualquer preço", seja lá o que "qualquer preço" signifique. O silencio das Forcas Armadas não somente encorajará Bolsonaro a tentar impor sua vontade "a qualquer preço", como que pode significar o inicio de um golpe de estado, de consequências absolutamente imprevisíveis.

domingo, 26 de abril de 2020

JAIR BOLSONARO: EX-DEPUTADO FEDERAL OU EX-CAPITÃO DO EXÉRCITO?

Moro não renunciou por egocentrismo. Nem traiu Bolsonaro. Essas afirmações são, no mínimo, caluniosas, mal-intencionadas, e uma deturpação abjeta dos fatos . Ele renunciou, como os juízes e promotores do Brasil sabem, porque se manteve fiel aos seus princípios republicanos de combate à corrupção e ao crime organizado, crimes pelos quais estão sendo investigados o senador Flávio Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, e o vereador Carlos Bolsonaro, os três filhos do Presidente com cargos eletivos. O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro, responsável pela maior operação anti-corrupção deflagrada no planeta não poderia nunca manchar seu passado glorioso de luta implacável contra a corrupção e o crime organizado para blindar os filhos de quem quer que seja, e muito menos do Presidente da República, do qual ele era seu principal ministro.

A mudança do Diretor Geral da Policia Federal, na qual o Presidente vem insistindo desde setembro do ano passado, tem como objetivo colocar no seu lugar um amigo da família Bolsonaro, o que levanta a possibilidade de interferência nas investigações sensíveis ao presidente e assim provocar o arquivamento dos inquéritos em andamento. Além de alumas investigações que anda não tiveram solução, como é o caso da morte de Marielle Franco, onde existem várias "coincidências" que essas sim precisam ser investigadas a fundo. 

"Prezada, eu não estou a venda". Essa foi a resposta de Moro para a deputada Carla Zambelli, quando lhe ofereceu a próxima vaga no STF em troca da aceitação do nome de Ramagem, amigo íntimo da família Bolsonaro, para o cargo de Diretor Geral da Policia Federal. Conto com os dedos da mão direita  homens públicos do primeiro escalão que dariam essa resposta. Está gravado no celular dele. Para os brasileiros que sonham com um Brasil sem corrupção e livre da hidra do crime organizado, o ex-ministro Sergio Moro sai mais fortalecido e respeitado do que nunca.

Para os que tem a capacidade e uma isenta intenção de projetar o futuro, uma das leituras do discurso de "resposta" às declarações do ex-ministro Sérgio Moro é a de que o Presidente Bolsonaro dificilmente escapará do impeachment, tarde ou cedo.Sua única possibilidade de salvação é uma aliança aberta e escancarada, com farta distribuição de cargos do primeiro, segundo e terceiro escalão, com os que nunca deixaram de ser seu aliados ao longo dos seus 27 anos de carreira política como deputado federal. Seus futuros-ex aliados, como eu já tinha previsto em 29/10/2018 na minha matéria “'As Lideranças Corruptas Dos Principais Partidos Continuam no Congresso e Bolsonaro Não É Um Super-Herói” (blogdojlg.blogspot.com), serão, entre outros, os mais de 200 deputados, muitos investigados por corrupção, que vão compor a futura base do Governo. E para fazer alianças com eles, Bolsonaro tem lastro de sobra. Ao longo dos seus 27 anos de carreira política, cumpriu sete mandatos como deputado federal e foi filiado a nove partidos políticos: PDC, (1989-1993) PP, (1993), PPR, (1993-1995), PPB, (1995-2003), PTB (2003-2005); PFL, (2005); PP, (2005-2016), PSC (2016-2018), e PSL, (2018). Só faltou o PT. Como integrante do "baixo clero" durante 27 anos de vida política, ele é um dos grandes ícones do fisiologismo politico que imperou no Brasil desde o fim da ditadura militar. Com esse currículo, seria Bolsonaro o político que iria implantar a "nova política"?

A ruptura do ex-ministro Sergio Moro com Bolsonaro pode ser de uma gravidade que vai muito além da troca de um Diretor Geral da Policia Federal. Pode ter como pano de fundo um processo que lentamente vai se desenhando no futuro do Brasil: a militarização do Poder Excecutivo. A cada baixa que ocorre no alto escalão do Poder Executivo, um militar é chamado para ocupar o cargo. Aí o cenário muda completamente de figura. É publico e notório que existe um grupo de militares de alta patente muito descontentes com a atuação do Poder Legislativo e do Poder Judiciário nos últimos anos, alguns dos quais expressaram publicamente seu descontentamento, inclusive fazendo ameaças veladas. Bolsonaro se tornou muito popular entre seus colegas de farda em 1986, quando escreveu um artigo para a revista Veja no qual criticava os baixos salários de oficiais militares. Por causa disso, foi preso por quinze dias, embora tenha recebido cartas de apoio de dezenas de colegas do exército. Foi absolvido dois anos depois. Assim, a relação do Bolsonaro com boa parte de seus colegas de farda foi sempre muito boa. Mais ainda, desde que assumiu o cargo, Bolsonaro fez questão de fortalecer e aumentar a participação de integrantes das Forças Armadas no seu governo, além de procurar, sempre que surgiu a oportunidade, associar a sua imagem à imagem das Forcas Armadas. Os crescentes ataques, nada republicanos, do Presidente Bolsonaro contra atos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário estão certamente em concordância com o que pensa esse grupo das Forcas Armadas descontentes com a atuação desses dois poderes durante os governos petistas. Pode ser que o slogan "o Brasil acima de todos e Deus acima de tudo" consista em lotar os postos-chave do Poder Excecutivo de militares e depois, quando surgirem confrontos insolúveis entre Bolsonaro e o Poder Legislativo ou o Poder Judiciário... bem, nós já vimos essa historia antes. Afinal, "para fechar o STF basta um soldado e um cabo".

sábado, 25 de abril de 2020

MORO SAI MAIS FORTALECIDO E RESPEITADO DO QUE NUNCA!!!

O Presidente Jair Bolsonaro, num ato de desespero, exonerou o Diretor Geral da Policia Federal Maurício Leite Valeixo, 48 horas depois que o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, atendeu à solicitação do Procurador Geral da República, Augusto Aras, de abertura de um inquérito para apurar se houve fatos delituosos envolvendo a organização de atos contra a democracia participativa brasileira, por vários cidadãos, inclusive deputados federais. Nesse ato, o Presidente discursou e apoiou os manifestantes, no que poderia ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional e, em tese , à possibilidade do Presidente Bolsonaro enfrentar um processo de impeachment. O Ministro do Superior Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, classificou os atos que geraram o pedido de inquérito do PGR de "gravíssimos" e as investigações, que corem em sigilo, serão realizadas pela Policia Federal.

Além desse gravíssimo fato novo, existem os inquéritos policiais em torno dos três filhos de Bolsonaro com cargos eletivos. O senador Flavio Bolsonaro suspeito de chefiar um esquema de "rachadinha" no qual parte dos salários dos assessores era supostamente devolvida ao senador. O vereador Carlos Bolsonaro que passou a ser investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro após reportagens apontarem que assessores nomeados em seu gabinete nunca exerceram de fato essas funções. E, por último, o deputado federal Eduardo Bolsonaro também investigado pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News. Neste contexto de altíssima vulnerabilidade política do Presidente da República , a substituição do delegado Maurício Leite Valeixo, mão direita do ex-ministro Sergio Moro, se tornou uma questão de vida ou morte.

Diante deste conturbado cenário, o novo Diretor Geral da Policia Federal deveria ser então um delegado da mais absoluta confiança e lealdade do Presidente Bolsonaro, pois teria como principal função segurar as investigações e se possível induzir ao arquivamento do inquérito aberto pela PGR para apurar o ato contra a democracia brasileira na manifestação do último domingo (19/04)l do qual poderia resultar um pedido de impeachment do Presidente. Além dessa importantíssima função, o novo Diretor Geral da Policia Federal teria como incumbência dificultar e se possível induzir ao arquivamento dos inquéritos em torno dos seus três filhos investigados. É justamente nesse campo minado que surge o nome do delegado Alexandre Ramagem Rodrigues, que assumiu em 2018 a coordenação da segurança pessoal do então candidato à presidência da República. Assim, se tornou amigo íntimo da família. Após Bolsonaro ser eleito Presidente, um dos seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, indicou Ramagem para o comando da ABIN (Agência de Inteligencia Brasileira) quebrando um protocolo que durava desde a época da SNI (Serviço Nacional de Informações), cargo tradicionalmente ocupado por militares.

Esse é, sem a menor sombra de dúvida, o homem de confiança e total lealdade ao que o Presidente Bolsonaro vem se referindo reiteradas vezes desde setembro do ano passado quando começou a insistir na necessidade de mudar o comando da Policia Federal. A medida que o cerco vai se fechando em torno da família Bolsonaro, a troca de comando da Policia Federal se torna cada vez mais peremptória. Ou seja, ou o Diretor Geral da Policia Federal deve ser um delegado tão íntimo capaz de segurar os inquéritos da família Bolsonaro ou então Bolsonaro fica num estado de vulnerabilidade tal que aumenta consideravelmente a possibilidade de não conseguir sequer chegar ao final do seu mandato. Essa é a simples explicação (que tantos procuram) para entender a aparentemente incompreensível crise deflagrada pelo presidente Bolsonaro com seu principal ministro, pilar de sua plataforma política, no meio da maior pandemia enfrentada pela humanidade e que está provocando no Brasil 800 mortes diariamente, além de estar desestruturando a economia.

Quando o ex-ministro Sergio Moro disse no seu discurso de despedida que tinha uma biografia a zelar, lendo nas entrelinhas, ele quis dizer que depois de comandar a maior operação anti-corrupção do planeta, não iria manchar sua biografia ajudando a blindar um presidente e sua família com fortes indícios de ligação com a milicia e envolvida em vários tipos de crimes investigados pela justiça. Isso é exatamente contra o que o ex- Juiz Sergio Moro e os seus colegas da República de Curitiba lutaram toda sua vida. Fizeram do ideal de acabar com a corrupção no Brasil a razão de suas vidas. Por isso, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro sai deste episódio mais forte e respeitado do que nunca.

Quando a deputada Carla Zambelli, a mando de Bolsonaro, em tom de súplica lhe ofereceu a próxima vaga no Superior Tribunal Federal em troca da aceitação do nome de Ramagem como novo Diretor Geral da Policia Federal , o ex-ministro respondeu:"Prezada, não estou a venda". Conto com os dedos da mão direita os homens públicos do primeiro escalão que teriam dado essa resposta. Parabéns ao ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro, pois continua terrivelmente fiel a seus princípios de acabar com a corrupção e o crime organizado no Brasil.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O BRÂMANE LAHIR SESSA E O COVID-19

Dentre as inúmeras lendas em torno da origem do jogo de xadrez, uma é particularmente interessante. No livro Shāh-nāmeh conta-se a historia de que na província indiana de Taligana havia um poderoso Rajá que havia perdido o filho em batalha. O Rajá estava em constante depressão e passou a descuidar-se de si e do reino. Certo dia, o brâmane (sacerdote) Lahir Sessa foi visitar o Rajá e apresentou-lhe um tabuleiro com 64 casas brancas e pretas intercaladas e com diversas peças que representavam tropas do exército: infantaria, cavalaria, carros de combate, condutores de elefantes, o principal vizir e o próprio rajá. O sacerdote explicou ao Rajá que a prática do jogo daria conforto espiritual e cura para a depressão, o que realmente ocorreu. O jogo foi chamado de chaturanga e é considerado o precursor do xadrez. Reza a historia que o Rajá indiano ficou tão agradecido que decidiu presentear o brâmane Lahir Sessa e mandou que escolhesse aquilo que mais desejasse. O brâmane disse ao Rajá que era um homem simples, um sacerdote, e apontando para o tabuleiro que havia inventado pediu que lhe fosse dado um único grão de trigo no primeiro quadrado, o dobro no segundo quadrado, o dobro no terceiro quadrado e assim sucessivamente até completar os 64 quadrados. O Rajá ficou bastante surpreso com a insignificância do pedido do brâmane e insistiu em oferecer joias, ouro, um harém de mulheres bonitas ou algum feudo. Entretanto, o brâmane se manteve firme no seu pedido insistindo em que era um homem sem grandes ambições, pois só queria servir o Rajá. Finalmente, diante da negativa do brâmane, o Rajá, admirado com a modéstia de seu súdito, consentiu em atender o desejo de Lahir Sessa e chamou o chefe do Celeiro Real para pagar a recompensa. Iniciou-se então a separação dos montes de grãos, que começou muito pequeno: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024, 2048.... mas que logo parou pois quando chegasse ao 64º quadrado o número seria de quase 18,5 quintilhões de grãos. Supondo que um grão de trigo tivesse o tamanho de um milímetro, todos os grãos juntos pesariam em torno de 75 bilhões de toneladas métricas, o que equivaleria a safra de grãos de trigo do reino durante dois mil anos e o equivalente à produção mundial de grãos de trigo de 150 anos nos dias de hoje. A lenda conta que impressionado com a inteligência do brâmane o Rajá o convidou para ser o principal ministro (vizir) do reino, tendo assim o Rajá sua divida em trigo perdoada. Seja lá o que tenha acontecido na vida real, o Rajá certamente deve ter ficado muito envergonhado ao perceber sua ignorância da matemática. Uma sequência de números onde cada número é um múltiplo fixo do anterior, é chamada progressão geométrica, e o processo se chama aumento exponencial.

A circunstância mais comum em que ocorrem repetidas duplicações, e portanto crescimento exponencial, é na reprodução biológica. Vamos tomar como exemplo o caso de uma bactéria que se reproduz dividindo-se em duas. Logo depois, as duas filhas se dividem em duas e assim sucessivamente. Desde que as condições de reprodução sejam favoráveis e não exista nenhum agente bactericida no ambiente, a colonia de bactérias vai crescer exponencialmente. Mesmo considerando que uma bactéria só pese um trilionésimo de grama, a colonia de bactérias, dependendo da velocidade de reprodução, depois de um dia vai pesar coletivamente o mesmo que uma montanha, em dois dias o mesmo que a Terra, em três dias o mesmo que o Sol. Felizmente até agora isso nunca tem acontecido, simplesmente porque esse tipo de crescimento exponencial sempre é freado por algum obstáculo natural ou artificial. Falta de alimento, envenenamento mutuo das bactérias , ou o descobrimento de algum bactericida que impeça o crescimento exponencial da colonia de bactérias. É quando a curva exponencial se horizontaliza.

A humanidade já viveu esse drama na década de 80 com o aparecimento da epidemia da AIDS. Muitos países experimentaram um crescimento exponencial da AIDS, cujo tempo de duplicação era de aproximadamente 1 ano. Naquele momento, se não houvesse impedimentos naturais à duplicação contínua da AIDS a cada ano, se a doença fosse fatal, e se não se encontrasse a cura, todo mundo na Terra morreria de AIDS, nos anos seguintes. Entretanto, algumas pessoas são naturalmente imunes à AIDS, além da curva exponencial estar restrita aos grupos vulneráveis; ou seja, homossexuais masculinos, hemofílicos e usuários de drogas intravenosas. Felizmente, o isolamento dos grupos vulneráveis, a divulgação dos métodos de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, e o aparecimento de um coquetel com vários tipos de medicamentos que foram prolongando a vida dos contaminados, provocou o horizontalização da curva exponencial, e hoje em dia a AIDS não é mais uma epidemia e se encontra absolutamente controlada.

O caso do Covid-19 é completamente diferente de tudo o que já se viu até agora. Em primeiro lugar é um vírus totalmente desconhecido. Isso faz toda a diferença porque as autoridades sanitárias não tem a menor ideia de como se prevenir nem como combater o vírus.Estão completamente às escuras. O máximo que podem fazer é tentar tratar as consequências provocadas pela contaminação do vírus, mas não combater o vírus em si mesmo. Não se sabe se o organismo humano realmente tem capacidade de produzir anticorpos para neutralizar a ação do Covid-19 e assim parte da população ficaria imunizada APÓS contrair o vírus, o que contribuiria para provocar a horizontalizarão da curva exponencial. Por ser um vírus novo, totalmente desconhecido pela comunidade científica, não existe nenhum medicamento ou vacina que tenha se mostrado cientificamente eficaz contra a imunização ou cura da contaminação por Covid-19; até porque não houve tempo ainda de realizar os testes com validade científica para tal fim. O vírus, em alguns casos, tem uma curva exponencial no organismo humano de menos de 24 horas, ao ponto de uma pessoa estar conversando normalmente na parte da manha , a tarde ser internada com sintomas graves, e morrer durante a noite. O vírus ataca todo os seres humanos por igual. Não há para o vírus grupos vulneráveis. Significa que todos os sete bilhões de seres humanos que povoam a Terra podem contrair o vírus. É um vírus que se espalha no meio ambiente a uma velocidade espantosa , nunca antes vista em nenhum outro tipo de vírus, desenvolvendo uma curva exponencial que é quase uma linha vertical. Dados divulgados ontem (23/04/2020) pela FIOCRUZ mostram que o número de mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil tem dobrado a cada CINCO dias. Nos Estados Unidos, essa duplicação ocorre a cada seis dias, e na Itália e na Espanha, a cada oito dias. “A nossa situação hoje é pior do que a de Itália, Espanha e Estados Unidos. Por isso, o número de mortes está dobrando em um espaço de tempo menor”, afirmou o epidemiologista Diego Xavier, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da FIOCRUZ, e um dos responsáveis pelo trabalho. Quando num futuro ainda totalmente incerto a curva exponencial da pandemia se estabilizar no mundo inteiro, não será surpresa se o Brasil tiver o triste e lamentável recorde de maior número de mortes por Covid -19. do planeta. Para tentar evitar uma tragédia anunciada e conseguir frear a progressão geométrica com a consequente horizontalização da curva exponencial do Covid-19 no Brasil e no mundo, só há um método de prevenção : O ISOLAMENTO SOCIAL. Tem que se entender e aceitar que não existe outro remédio. Cada um de nós tem muito mais a perder do que o Rajá da lenda: a própria vida.

domingo, 12 de abril de 2020

A ESTRATEGIA DO ISOLAMENTO SOCIAL ESTÁ DANDO MUITO CERTO NO BRASIL E NA ARGENTINA (Atualizado às 00.00 h do dia 12/04/2020)

Até às 00:00 h do dia 12/04/2020, a média mundial de casos confirmados para cada milhão de habitantes contaminados com o coronavírus tinha passado de 218,13 para 228,42; ou seja, uma expansão global dos casos confirmados da ordem de 4,72%, nas últimas 24 horas, o que significa que a contaminação pelo coronavírus no mundo continua aumentado, porém a um ritmo menos acelerado.

Com relação à taxa de mortalidade em função dos casos confirmados, a média global passou de 6,05% para 6,12%, o que representa um aumento da letalidade do coronavírus de apenas 1,15%, nas últimas 24 horas, o que também mostra uma tendencia de desaceleração na taxa de crescimento.

A taxa de crescimento dos casos confirmados nos países mais afetados da Europa parece estar diminuindo consideravelmente. Com a exceção do Reino Unido(7,09%), Espanha (3,00%), Itália (3,18%), Alemanha (2,65%), Portugal 3,33) e Franca (3,43%) os países europeus mais afetados pela pandemia apresentaram nas últimas 24 horas taxas de crescimento dos casos confirmados por milhão de habitantes em torno de 3%. Esses dados indicam a possibilidade de que o Estágio 2 do Covid-19, que se caracteriza pela contaminação descontrolada, pode estar chegando ao fim. Se esse diagnóstico for confirmado, Europa poderá estar entrando na Fase 3 que é o processo de desaceleração da contaminação. Entretanto, os índices de letalidade do Covid-19 continuam elevadíssimos: Franca, 14,75%; Itália, 12,79%; Reino Unido,12,50% e Espanha 10,19%, resultado da adoção tardia da politica de isolamento social. Por outro lado, Portugal e Alemanha continuam apresentando baixos índices de letalidade: 2,94% e 2,65%, respectivamente.

Já a situação na America do Norte é extremamente preocupante uma vez que os EUA e Canadá parecem estar em pleno desenvolvimento do Estágio 2; ou seja, a contaminação descontrolada. Os Estados Unidos chegaram a um índice de contaminação de 1.618,11 casos por milhão de habitantes e o Canadá a um índice de contaminação de 613,97 casos confirmados. O que chama a atenção é que os EUA com um índice de contaminação quase três vezes superior ao Canadá, apresenta um índice de letalidade bastante inferior: 3,86% contra 5,28%, respectivamente.

A evolução da pandemia do Covid-19 na America do Sul parece estar entrando no Estágio 2 em alguns países do Pacífico. É o caso de Chile (415,71), Equador (254,92) e Peru (213,12). Já os países do Atlântico ainda permanecem com índices de contaminação bastante abaixo da média global: Argentina (47,66), Brasil (99,19), Uruguay (142,39). A taxa de letalidade de todos os países da America do Sul permanece ainda abaixo da média global (6,12%). Devemos considerar que o Brasil e a Argentina adotaram rígidas medidas de isolamento social, que certamente vem contribuindo para retardar o momento em que esses países entrem no Estágio 2 da pandemia, que corresponde à contaminação descontrolada. Isso, se confirmado, evitará que o Sistema de Saúde entre em colapso, evitando assim a morte de milhares de infectados, haja vista os exemplos de Espanha, Itália, Franca e Reino Unido.

A seguir, um quadro mostrando o índice de contaminação do coronavírus, sua variação percentual nas últimas 24 horas, e a taxa de mortalidade em relação aos casos confirmados em alguns países selecionados. Os números entre parêntesis representam o índice de contaminação de cada pais. As setas para acima ou para abaixo indicam aumento ou diminuição da taxa de mortalidade em relação ao dia anterior. (Fonte dos dados: Coronavírus Map- Google Org.)


País/ Var. % Tx. Mort.%
Média Mundial (228,42) +4,72 6,12▲
Espanha (3.461,27) +3,00 10,19▲
Itália (2.527,60) +3,18 12,79▲
Alemanha (1.508,76) +2,65 2,29▲
Estados Unidos (1.618,11) +5,64 3,86▲
Portugal ( 1.555,67) +3,33 2,94▲
França (1.398,26 ) +3,43 14,75▲
Reino Unido (1.188,99) +7.09 12,50▲
Canadá (613,97) +7,80 5,28▲
Chile (415,71) + 6,55 1.05▲
Equador (254,92) +1,34 4,34▼
Austrália (245,16 ) +1,42 0,92▲
Peru (213,12) +14,87 2,64▼
Uruguai (142,39) +1,42 1,40▲
Brasil (99,19) +5,11 5,44▲
Russia (92,57) +13.99 0,78▲
China (58,52) +0,12 4,07▲▼
Argentina (47,66) +8,44 4,15▲
Japão (47,68) +12,32 1,57 ▲
México (30,37) +0.00 6,06
Paraguay (18,59) +3,05 4,51▲
Índia (5,53) +11,27 3,21▲
Nigéria (1,54) +4,05 3,15▲

domingo, 5 de abril de 2020

O EXCELENTE RESULTADO ALCANÇADO ATÉ AGORA PELA POLÍTICA DE ISOLAMENTO SOCIAL DO MINISTRO MANDETTA.

Vamos fazer uma corrente para blindar o Ministro Mandetta. Graças a sua estratégia de isolamento social, o Brasil, até às 00:00 h de hoje (05/04/2020), tinha apenas 48,63 casos confirmados por milhão de habitantes e 431 mortes; enquanto os EUA, já tinham alcançado 945,56 casos confirmados por milhão de habitantes e contabilizavam 8.489 óbitos. Só nas últimas 24 horas as autoridades americanas informaram que ocorreram 1.480 novas mortes. Isso significa que alguns estados dos EUA saíram do Estagio 1 (transmissão localizada) e já entraram no Estagio 2 (contaminação descontrolada), estágio que pode provocar o colapso do Sistema de Saúde de QUALQUER PAÍS DO MUNDO.

Por outro lado, o primeiro caso suspeito de Covid-19 apareceu no Brasil em 27/01/2020, enquanto que o primeiro caso nos EUA foi confirmado em 21/03/2020. Nos EUA o coronavírus se espalhou como um regueiro de pólvora porque tardaram em realizar o isolamento compulsório e se dar conta da gravidade da pandemia; gravidade que o Dr Mandetta percebeu imediatamente. Por não perceber a gravidade da situação, Espanha já tem 2.678,70 casos confirmados por milhão de habitantes e quase 11.947 mortes e Itália tem 2.068,81 casos confirmados por milhão de habitantes e 15.362 mortes.

É ISSO QUE O MINISTRO MANDETTA QUER EVITAR QUE ACONTEÇA NO BRASIL!!!!!!

Clique no link e veja

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 07
Centro de Operações em Emergência de Saúde Pública
Doença pelo Coronavírus 2019
06 de abril de 2020/Semana epidemiológica 15 (05-10/04ESPECIAL: DOENÇA PELO CORONAVÍRUS 2019




https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/06/2020-04-06---BE7---Boletim-Especial-do-COE---Atualizacao-da-Avaliacao-de-Risco.pdf?fbclid=IwAR0mOQCI3EC9bxvVfT0b7fFkKIguSa_eAoA3EjI5YoLZR5V9A7SEH_jIR5o

domingo, 29 de março de 2020

A ESCOLHA DE SOFIA

É claro que a hora não é de perder o precioso e para muitos escasso tempo com brigas ideológicas, acusações, agressões, cobranças, teorias da conspiração, e defesa de medidas irreflexivas. A hora é de total serenidade, reflexão (psicológica), humildade (“só sei que nada sei”) e principalmente, solidadriedade. A hora é da percepção, conscientização e aceitação de que todos os seres humanos estamos sendo dizimados pela pior praga de todos os tempos, que, dito seja de passagem, o próprio homem ajudou ao longo dos dois últimos séculos a tornar mais letal, e de que não temos a menor noção de onde e quando vai parar, já que o índice mundial de contaminação por coronavírus por milhão de casos confirmados não pára de subir em todos os países do mundo. A grande diferença desta pandemia das outras pandemias até agora conhecidas pela humanidade é seu caráter realmente global. Nenhum país do mundo ficou livre de ser contaminado pelo coronavírus. Este fato coloca um ponto final em todas as diferenças entre os seres humanos. Aquele velho adagio (utópico) “somos todos iguais perante a lei” foi, por obra da natureza, transformado em “somos todos iguais perante o coronavírus”. Ninguém escapa. Não há exceção. Pela primeira vez na historia da Humanidade, todos os seres humanos são absolutamente impotentes perante uma ameaça à sua sobrevivência (stricto sensu, mais vida). É uma ação seletiva com o objetivo de varrer uma boa parte dos seres humanos da face da Terra. É um ataque fulminante, dirigido exclusivamente contra os seres humanos. Além do fato de que todos iremos morrer algum dia, a possibilidade de contágio pelo coronavírus é nosso traço em comum agora. O fator genético que nos torna absolutamente iguais.

A hora é dos únicos seres humanos capazes de nos dar uma mínima orientação de como proceder diante de um inimigo letal e invisível: os profissionais da saúde. Só eles têm a competência para tentar organizar uma estratégia que nos proteja minimamente desse patógeno. Mesmo sem conhecer o vírus, pois ele é totalmente novo, os profissionais da saúde há alguns séculos vêm desenvolvendo tecnologias capazes de anular as reações do ecossistema que visam preservar a sua integridade. Assim, qualquer outra autoridade que não seja da área da saúde, não tem competência nem legitimidade para estabelecer regras de conduta nem procedimentos em relação ao comportamento dos seres humanos para se proteger do coronavírus. Eles estão no comando. É uma situação de emergência global, que afeta toda a Humanidade e para cair a ficha do que está acontecendo vai levar bastante tempo. Mas, tempo é o que nós não temos. As ações devem ser imediatas, radicais e irrestritas, de acordo com a gravidade da situação. Um erro estratégico nas ações de prevenção da doença pode levar a morte prematura de dezenas de milhares de seres humanos, que vão viver menos quando poderiam viver mais. Do ponto de vista da medicina, até encontrar uma forma de combate eficiente, o coronavírus representa um retrocesso da Humanidade à época de Louis Pasteur (1822-1895).

É consenso absoluto entre os profissionais da saúde de todos os países do mundo e da Organização Mundial da Saúde que, por enquanto, a única forma de evitar a proliferação devastadora do coronavírus por todo o planeta é o isolamento dos seres humanos. Não existe outra alternativa. Mas, o isolamento social como forma de evitar a proliferação da doença tem um efeito altamente desestabilizador. Acontece que, devido ao desconhecimento total sobre o comportamento do coronavírus, não é possível determinar qual o tempo de isolamento necessário para poder controlar o vírus e, consequentemente, seu poder letal. O coronavírus apareceu no Hemisfério Norte ( pesquisadores chineses acreditam que o primeiro caso deve ter ocorrido no dia 17 de novembro de 2019) e só agora está começando a se desenvolver no Hemisfério Sul. A despeito do aparente controle do coronavírus na China quatro meses depois do começo do surto, muitos países altamente populosos do Hemisfério Norte, tais como Estados Unidos, Índia, Japão e Nigéria, para citar alguns exemplos, estão longe de ter alcançado seu nível de maior contaminação, sem contar com que na China, novos surtos de coronavírus voltaram a aparecer. Isto significa que não há a menor previsão de quanto tempo deverá permanecer a população em isolamento para se considerar a salvo do coronavírus. Quatro meses, seis meses, oito meses, um ano? Pior ainda, até descobrir uma vacina não será possível determinar quando a contaminação pelo coronavírus deverá ser considerada controlada em todo o planeta, já que poderá alternar ciclos de maior ou menor virulência entre o Hemisfério Norte e o Hemisfério Sul, tal como acontece com os vírus influenza (eles atacam mais no outono e no inverno).

É evidente que o isolamento da população como medida para controlar a expansão do contagio da população pelo coronavírus é uma medida que só pode ser adotada por tempo limitado, já que as consequências socioeconômicas para os países serão tanto mais devastadoras quanto maior for o período de isolamento das populações. Além do impacto do isolamento nas populações mais pobres que em pouquíssimo tempo não terão como se alimentar sequer. Quando esse momento chegar, e não estará longe nos países mais pobres, haverá uma completa desordem social com milhares de pessoas indo para as ruas tentando saquear supermercados, feiras, lanchonetes, restaurantes; ou seja, lugares onde exista algum tipo de alimento. Sem contar com a desestruturação da engrenagem produtiva que fará com que em pouco tempo comecem a faltar insumos básicos e gêneros alimentícios, que nenhum dinheiro do mundo poderá comprar. Ou seja; num compulsório nivelamento social, que nenhuma teoria econômica ou politica poderia remotamente imaginar, não haverá mais ricos nem pobres porque não haverá o que comprar ou vender, tal como aconteceu com o álcool gel e o papel higiênico nos supermercados de todo o planeta. É uma situação inacreditável, apenas recriada em filmes de ficção. Só que não é um filme de ficção, nem saímos do cinema para comer um Big Mac ou um Whooper na praça de alimentação do Shopping Center. É a dura realidade que apareceu de repente, de uma hora para outra, transformando totalmente de forma abrupta a vida de todos os seres humanos, sem termos a menor previsão de quanto vai custar socialmente e economicamente para a Humanidade a primeira aparição do coronavírus no planeta.

Não queria estar na pele de nenhum Chefe de Estado que terá que optar entre manter um isolamento compulsório da população por tempo ainda indeterminado, o que causará uma comoção social e uma desestruturação da economia dos países de consequências imprevisíveis; ou, suspender o isolamento compulsório das populações antes de controlar a expansão do contagio pelo coronavírus, o que certamente será condenar à morte dezenas de milhares de seres humanos, além do colapso do Sistema de Saúde, ambos os eventos também de consequências imprevisíveis. Por isso, não é justo julgar a escolha de Sofia.





sexta-feira, 27 de março de 2020

A CONTAMINAÇÃO DO PLANETA PELO CORONAVÍRUS ESTÁ APENAS COMEÇANDO: O CENÁRIO DA ITÁLIA PROJETADO PARA A ÍNDIA E O BRASIL. (Atualizado às 00.00 h do dia 27/03/2020)

Até às 00:00 h do dia 27/03/2020, a média mundial de casos confirmados para cada milhão de habitantes contaminados com o coronavírus tinha passado de 66,51 para 75,47; ou seja, uma expansão global dos casos confirmados da ordem de 13,47%, nas últimas 24 horas, o que significa que a contaminação pelo coronavírus no mundo continua aumentado.

Com relação à taxa de mortalidade em função dos casos confirmados, a média global passou de 4,52% para 4,53%, o que representa um aumento da letalidade do coronavírus de apenas 0,22%, nas últimas 24 horas. Mas, como o avanço do coronavírus não é linear e acontece em ondas,a trégua de hoje não significa de modo algum que a contaminação está chegando a um ponto de saturação no planeta. Pelo contrário, o que se espera é o arrefecimento da contaminação nas Américas, na África e na Ásia, continentes com países de grande densidade populacional, como Estados Unidos, Brasil, Índia, Russia, Nigéria. etc. A exceção dos Estados Unidos e Canadá, onde a explosão viral já começou (o índice de contaminação por cada milhão de habitantes hoje chegou a 262,31 e 117,01, respectivamente), na América Central e na América do Sul o processo de contaminação está apenas no começo, pois a maioria dos países ainda tem taxas de contaminação bem abaixo da média mundial. O mesmo ocorre na Ásia e na África , onde a Índia, por exemplo, ainda tem uma taxa de contaminação de apenas 0,57, e a Nigéria de 0,33 de casos confirmados por cada milhão de habitantes. Só para se ter uma ideia do que vem por aí, se a Índia alcançar a taxa de contaminação da Itália (1,275,84 casos confirmados por milhão de habitantes) e a taxa de mortalidade da Itália (10,19% dos casos confirmados), o número de contaminados poderá chegar a aproximadamente 1.784.204 de casos confirmados e os óbitos em torno de 181.876. Por isso, anteontem a Índia, que não é a China, diante da possibilidade desse cenário trágico, decidiu colocar 1,3 bilhão de indianos em absoluta quarentena. O cenário da Itália projetado para o Brasil, considerando uma população de 217 milhões de habitantes, significaria uma contaminação de aproximadamente 289.150 casos com uma mortalidade de aproximadamente 29.475 casos. Isso não é ficção nem alarmismo. São os índices da Itália projetados para o Brasil, que também não é a China. Diante desta probabilidade, é ou não é necessário uma quarentena absoluta e compulsória, custe o que custar?

A seguir, um quadro mostrando o índice de contaminação do coronavírus, sua variação percentual nas últimas 24 horas, e a taxa de mortalidade em relação aos casos confirmados em alguns países selecionados. Os números entre parêntesis representam o índice de contaminação de cada pais. As setas para acima ou para abaixo indicam aumento ou diminuição da taxa de mortalidade em relação ao dia anterior. (Fonte dos dados: Coronavírus Map- Google Org.)


País/ Índice de Contaminação/ Var. %/ Taxa Mort.
Média Mundial (75,47) +13,47 4,53▲
Islândia (2.372,86) +17,28 0,25▲
Luxemburgo (1.814,92) -16,42 0,50 ▲
Suíça (1.740,01) +36,70 1,62▲
Itália (1.275,84) +0,35 10.19▲
Espanha (1.134,14) +7,05 7.38▲
Áustria (873,79) +39.91 0,72 ▲
Noruega (630,53) +9,75 0,42▼
Bélgica (604,92) +41,10 3,52 ▼
Alemanha (526,09) +17,20 0,61 ▲
Holanda (458,06) +24,00 5,83 ▲
França (431,50) +14,61 5,82 ▲
Dinamarca (364,57) +9,75 2,03 ▲
Irã (363,07) +8,89 7,60 ▼
Portugal (331,94) +13,90 1,69▲
Suécia (282,53) +15,58 2,50 ▲
Estados Unidos (262,31) +23,55 1,51▲
Israel (233,79) -10,19 0,30▲
Reino Unido (179,65) +26,75 4,96▲
Austrália (122,55) +28,55 0,46▲
Canadá (117,01) +29,74 0,96▼
Equador (83,48) +16,61 2,46▲
Uruguai (66,77) +5,97 0,00▲▼
Chile (64,98) +14,99 0,31▲
China (59,23) -2,37 4,05▲
Peru (18,50) +26,54 1,55▼
África do Sul (16,71) +38,56 0.00▲▼
Brasil (14,14) +10,86 2,64▲
Argentina (11,05) -1,01 1,59▲
Colômbia (10,39) +6,67 1,22 ▲
Japão (10,19) +15,40 3,48▼
Cuba (6,01) +18,31 1,49▼
Paraguay (5,91) +14,31 7,32▼
Russia (5,87) +28,45 0,24 ▼
Bolívia (5,50) +96,43 0,00▲▼
México (3,77) +12,54 1,23▲
Índia (0,57) +23,91 2,22▲
Nigéria (0,33) +13,79 1,54▼

quinta-feira, 26 de março de 2020

ATUALIZAÇÃO E ANÁLISE DIÁRIA DO MAPA DE CONTAMINAÇÃO DO CORONAVÍRUS NO MUNDO E EM ALGUNS PAÍSES SELECIONADOS (Atualizado às 00.00 h do dia 26/03/2020)

Até às 00:00 h do dia 26/03/2020, a média mundial de casos confirmados para cada milhão de habitantes contaminados com o coronavírus tinha passado de 59,27 para 66,51; ou seja, uma expansão global dos casos confirmados da ordem de 12,22%, nas últimas 24 horas, o que significa que a contaminação pelo coronavírus no mundo continua se expandindo. Os países com um índice acima da média de 66,51 devem se preparar para o início da espiral de contaminação. Com relação à taxa de mortalidade em função dos casos confirmados, a média global passou de 4,45% para 4,52%, o que significa que a letalidade do coronavírus também continua aumentando em todo o planeta.

A análise dos índices de cada país, nos mostra que, nas últimas 24 horas, Espanha entrou no grupo de países que têm mais de 1.000 casos confirmados por milhão de habitantes, juntando-se a Luxemburgo, Islândia, Suíça e Itália. Desse grupo de países, Itália foi o único que apresentou uma taxa de crescimento dos casos confirmados, pelo segundo dia consecutivo, abaixo da média mundial, o que pode ser um sinal de que a estabilização da contaminação nesse país pode estar próxima. Outros países que parecem ter entrado na espiral da contaminação nas últimas 24 horas, foram, Argentina (66,72%),Colômbia (53,63%), Cuba (42,32%), Uruguai (33,95%),Russia (32,85%), Canadá (31,63%), Alemanha (28,45%) e Estados Unidos (24,17%) Esses indicadores podem estar sinalizando o começo da expansão exponencial do número de casos confirmados no continente americano, onde alguns países já encostaram ou ultrapassaram a taxa media mundial de contaminação (66,51), como é o caso de Equador (71,59), Chile(64,98) e Uruguay (63,01).

Com relação às taxas de mortalidade por casos confirmados do coronavírus,observamos na Europa, dois cenários totalmente diferentes. Alguns países da Europa Latina apresentam elevadíssimos índices de mortalidade (Itália (10,09%), Espanha (7,37%), e Franca (5,27%), enquanto que os países Nórdicos (Dinamarca 1,72%; Finlândia, 0,13%; Islândia, 0,15%; Noruega 0,45%, Suécia 1,74%), Suíça (1,40%), Alemanha (0,55%) e Áustria (0,56%), apresentam índices de mortalidade baixíssimos, mesmo tendo em muitos casos maiores índices de contaminação. É evidente que tem de existir uma explicação científica para este fato. No continente americano, as taxas de letalidade do coronavírus ainda permanecem bem abaixo da média mundial, como é o caso de Equador (2,39%), Brasil (2,34%), Peru (1,88%), Argentina (1,59%), Colômbia (0,85%), Chile (0,26%) Uruguay (0,00%) e Bolívia (0,00%). A exceção é o Paraguai que alcançou uma taxa de mortalidade de 8,11%. Entretanto, o aumento acelerado dos índices de contaminação na America do Norte, na America Central e na América do Sul, é um prenuncio de que a tsunami viral está chegando ao continente americano.

A seguir, o índice de contaminação do coronavírus, sua variação percentual nas últimas 24 horas, e a taxa de mortalidade em relação aos casos confirmados em alguns países selecionados. Os números entre parêntesis representam o índice de contaminação de cada pais. As setas para acima ou para abaixo indicam aumento ou diminuição da taxa de mortalidade em relação ao dia anterior. (Fonte dos dados: Coronavírus Map- Google Org.)

País/Índice de Contaminação/Variação Percentual/Taxa de Mortalidade
Média Mundial (66,51) +12,22/ 4,52▲
Luxemburgo (2171.38) +21,29/ 0,60 ▼
Islândia (2023,28) +13,73/ 0,15=
Suíça (1.272,91) +10,45/ 1,40▲
Itália (1.233,24) +7.53 / 10.09▲
Espanha (1.059,53) +24,15/ 7.37▲
Mônaco (704,96) +6,73/ 0.00=
Áustria (624,54) + 6,05/ 0,56 ▲
Noruega (574,56) +7,98/ 0,45▲
Alemanha (448,87) +28,45/ 0,55 ▲
Bélgica (428,72) +15,65/ 3,61 ▲
França (376,49) +13,13/ 5,27 ▲
Holanda (369,41) +15,40 / 5,55 ▲
Dinamarca (332,17) +8,39/ 1,72 ▼
Irã (324,79) +8,89/ 7,69 ▼
Portugal (291,44) +26,80/ 1,44▲
Irlanda (270,04) +0,00/ 0,53 =
Israel (260,33) +22,75/ 2,11▲
Suécia (244,45) +9,88 / 1,74 =
Estados Unidos (212,31) +24,17/ 1,44▲
Coreia do Sul (176,70) + 1,10/ 1,38▲
Reino Unido (141,74) +18,53/ 4,86▼
Austrália (95,33) +13,38/ 0,45▲
Canadá (90,19) +31,63/ 1,03▲
Grécia (76,24) +10,49/ 2,68▲
Equador (71,59) +11,82/ 2,39▼
Chile (64,98) +23,87/ 0,26▲
Uruguai (63,01) + 33,95/ 0,00=
China (60,67) +0,13/ 4,04=
Peru (14,62) +21,53/ 1,88▲
Brasil (12,10) +10,50/ 2,34▲
África do Sul (12,06) +27,89/ 0.00=
Argentina (11,17) +66,72/ 1,59▲
Colômbia (9,74) +53,63/ 0,85▼
Japão (8,83) 0,00/ 3,72 =
Paraguay (5,17) +37,14/ 8,11▲
Cuba (5,08) +42,30/ 1,75▼
Russia (4,57) +32, 85/ 0,30 ▲
México (3,35) +10,20/ 1,23▲
Bolívia (2,80) +14,29/ 0,00=
Índia (0,46) +12,20/ 1,65▼
Nigéria (0,29) +16,00/ 1,96▼

quarta-feira, 25 de março de 2020

ATUALIZAÇÃO E ANÁLISE DIÁRIA DO MAPA DE CONTAMINAÇÃO DO CORONAVÍRUS NO MUNDO E EM ALGUNS PAÍSES SELECIONADOS (Atualizado às 00.00 h do dia 25/03/2020)

O indicador estatístico que mostra a verdadeira dimensão da contaminação global e da contaminação de cada país pelo coronavírus é o número de casos confirmados para cada milhão de habitantes. Até às 00:00 h do dia 24/03/2020, a média mundial de casos confirmados para cada milhão de habitantes dos 163 países que compõem o Mapa de Contaminação do coronavírus tinha passado de 53,80 para 59,27; ou seja, uma expansão global dos casos confirmados da ordem de 10,17%, nas últimas 24 horas, o que significa que a contaminação pelo coronavírus no mundo continua se expandindo. Da análise dos índices individuais,, concluímos que os países que tiveram uma explosão do contagio nas últimas 24 horas, com taxas de expansão superiores a 30%, foram: Israel (55,90%) e Russia (34,90%). Já os países com maior índice de contaminação continuam sendo os do continente europeu, que ocupam os treze primeiros lugares na lista de contaminação. Nas últimas 24 horas, pela primeira vez, os índices de contaminação de Itália e da Suíça passaram de 1.000 casos confirmados por cada milhão de habitantes. Por outro, lado, os países com taxa de expansão do índice de contaminação inferiores a 10%, foram: Egito ( 9,75%), Dinamarca (9,22%), Noruega (8,80%), Itália (8,21%), Irã (7,64%), Equador (6,93%), Grécia (6,91%), Colômbia (6,34%), Peru (5,32%), Nigéria (4,17%), Venezuela (2,87%), Índia (2,50%), e China (0,10%), Os índices de expansão da contaminação nas últimas 24 abaixo de 10% na Dinamarca, na Noruega, na Itália, e na Grécia continuam sugerindo que o inicio de uma estabilização da contaminação do coronavírus em parte da Europa Continental pode estar perto.

Com relação às taxas de mortalidade do coronavírus, os índices mostram um quadro extremamente randômico, principalmente na Europa Continental. Por exemplo, Itália que tem um índice de contaminação superior a 1.000 casos confirmados por milhão de habitantes apresenta uma taxa de mortalidade de 9,86% que é mais do dobro do que a taxa média mundial de mortalidade (4,45%). Já Islândia, Luxemburgo e Suíça, que também têm uma taxa de contaminação muito superior a 1.000 casos confirmados por milhão de habitantes, apresentam taxas de mortalidade de 0,15%, 0,73% e 1,32%, respectivamente. Outros países da Europa que apresentam taxas de mortalidade acima da média global são: Espanha (7,04%), Holanda (4,97%) e França (4,93%). Entretanto, vários outros países importantes de Europa apresentam taxas de mortalidade muito abaixo da média mundial. São eles: Áustria (0,53%), Noruega (0,42%), Alemanha (0,48%), Dinamarca (1,86%), Irlanda (0,53%), Portugal (1,27%) e Suécia (1,74%). O Brasil, com um índice de contaminação de 10,95 por milhão de habitantes se encontra ainda no início do processo de expansão exponencial do coronavírus e apresenta uma taxa de mortalidade de 2,09% que apesar de ser ainda a metade da média global, é muito acima da taxa de mortalidade registrada pelos nossos vizinhos, Argentina (1,33%), Paraguay (3,77%), Uruguay (0,00%), Peru (1,68%) e Bolívia (0,00%).

A seguir, o índice de contaminação do coronavírus por cada milhão de habitantes, sua variação percentual nas últimas 24 horas, e a taxa de mortalidade em relação aos casos confirmados em alguns países selecionados. Os números entre parêntesis representam o índice de contaminação de cada pais. (Fonte dos dados: Coronavírus Map- Google Org.)

País/ Índice de Contaminação/ Variação % / Taxa de. Mortalidade.
Média Mundial (59,27) 10,17 4,45
Luxemburgo (1.790,21) 25,60 0,73
Islândia (1.778,95) 10,20 0,15
Suíça (1.152,49) 12,30 1,32
Itália (1.146,86) 8,21 9,86
Espanha (853,46) 13,74 7.04
Mônaco (660,52) 0,00 0.00
Áustria (588,93) 17,19 0,53
Noruega (532,08) 8,80 0,42
Bélgica (370,71) 14,05 2,86
Alemanha (349,44) 13,53 0,48
França (332,79) 12,33 4,93
Holanda (320,12) 16,96 4,97
Dinamarca (306,46) 9,22 1,86
Irã (298,27) / 7,64 7,79
Irlanda (270,04)/ 18,13 0,53
Portugal (229,84) 14,66 1,27
Suécia (222,48) 11,65 1,74
Israel (212,09) 55,90 0,16
Coreia do Sul (174,77) 0,00 1,33
Estados Unidos (170,98) 14,78 1,31
Reino Unido (119,58) 21,27 5,22
Austrália (84,08) 13,62 0,37
Grécia (69,00) 6,91 2,69
Canadá (68,52) 24,95 0,97
Equador (64,02) 6,93 2,57
China (60,59) 0,10 4,04
Chile (52,46) 23,59 2,17
Líbano (50,61) 0,00 1,32
Uruguai (47,04) 0,00 0,00
Arabia Saudita (22,41) 0,00 0,13
Peru (12,03) 5,32 1,68
Brasil (10,95) 16,37 2,09
África do Sul (9,43) 0,00 0.00
Japão (8,83) 0,00 3,72
Argentina (6,70) 0,00 1,33
Colômbia (6,34) 6,34 0,98
Egito (4,39) 9,75 4,98
Paraguay (3,77) 0,00 7,41
Cuba (3,57) 19,89 2,08
Russia (3,44) 34,90 0,00
México (3,04) 0,00 1,09
Venezuela (2,87) 2,87 0,00
Bolívia (2,45) 0,00 0,00
Índia (0,41) 2,50 1,87
Nigéria (0,25) 4,17 2,27
Somália (0,09) / 0,00 0,00

terça-feira, 24 de março de 2020

ATUALIZAÇÃO E ANÁLISE DIÁRIA DO MAPA DE CONTAMINAÇÃO DO CORONAVÍRUS NO MUNDO E EM ALGUNS PAÍSES SELECIONADOS (Atualizado às 00.00 h do dia 24/03/2020)

O indicador estatístico que mostra a verdadeira dimensão da contaminação global e da contaminação de cada país pelo coronavírus é o número de casos confirmados para cada milhão de habitantes. Até às 00:00 h do dia 24/03/2020, a média mundial de casos confirmados para cada milhão de habitante dos 163 países que compõem o Mapa de Contaminação do coronavírus tinha passado de 45,79 para 53,80; ou seja, uma expansão global do coronavírus da ordem de 17,49%, nas últimas 24 horas. Isso representa, em números absolutos, um aumento de 56.439 casos confirmados, em apenas um dia.

Da análise do quadro abaixo exposto, concluímos que os países que tiveram uma explosão do contagio nas últimas 24 horas, com taxas de expansão superiores a 30%, foram: Africa do Sul (102,36%), Nigéria (60,00%), Arabia Saudita (50,10%), Índia (48,15%), México (46,15%), Canadá (44,43%), Austrália (39,18%), Estados Unidos (36,96%) e Russia (34,90%). Já os países com maior índice de contaminação continuam sendo os do continente europeu, que ocupam os onze primeiros lugares na lista de contaminação. Nas últimas 24 horas, pela primeira vez, os índices de contaminação de Itália e da Suíça passaram de 1.000 casos confirmados por cada milhão de habitantes.

Por outro, lado, os países com taxa de expansão do índice de contaminação inferiores a 10%, foram: Luxemburgo (9,65%), Venezuela (9,13%), Itália (8,10%), Alemanha (6,81%),Irã (6,52%), Suécia (6,47%),Japão (3,89%), Islândia (3,52) e China (0,13%). Esses índices de expansão da contaminação abaixo de 10% em Luxemburgo, Itália, Alemanha, Suécia e Islândia sugerem que o inicio da retração da contaminação pelo coronavírus, em alguns países da Europa, pode estar perto.
A seguir, o índice de contaminação do coronavírus e sua variação percentual em alguns países selecionados, nas últimas 24 horas. Os números entre parêntesis representam o índice de contaminação de cada pais. (Fonte dos dados: Coronavírus Map- Google Org.)

Média Mundial (53,80) + 17,49%
Islândia (1.614,23) + 3,52%
Luxemburgo (1.425,33) +9,65%
Itália (1.059,84) + 8,10%
Suíça (1.026,24) + 21,39%
Espanha (750,39) + 22,60%
Mônaco (660,52) 0,00%
Áustria (502,55) 24,97%
Noruega (489,05) + 10,16%
Alemanha (349,44) + 6,81%
Bélgica (325,03) + 10,06%
França (296,26) +23,96%
Dinamarca (280,58) + 3,97%
Irã (277,09) + 6,52%
Holanda (273,69) +13,10%
Irlanda (228,59) + 24,17%
Portugal (200,46) + 28,76%
Suécia (199,26) + 6,47%
Coreia do Sul (174,77) + 1,58%
Estados Unidos (148,96) +36,96%
Israel (136,04) + 15,59%
Reino Unido (98,61) + 16,81%
Austrália (74,00) +39,18%
Grécia (64,54) +11,37%
China (60,53) +0,13%
Equador (59,87) +24,34%
Canadá (54,84) +44,43%
Líbano (50,61) +22,57%
Uruguai (47,04) +20,00
Chile (42,45) +18,05
Arabia Saudita (22,41) +50,10%
Peru (12,03) +14,57%
África do Sul (9,43) +102,36%
Brasil (9,41) +22,37
Japão (8,83) +3,89%
Argentina (6,70) +13,18
Colômbia (6,34) +32,36%
Egito (4,00) +12,05
Paraguay (3,77) +22,40
Cuba (3,57) +14,42
México (3,04) +46,15%
Venezuela (2,87) +9,13
Russia (2,55) +34,90%
Bolívia (2,45) +16,67%
Índia (0,40) +48,15%
Nigéria (0,24) +60,00%
Somália (0,09) 0,00%

segunda-feira, 23 de março de 2020

ALERTA: A MÍDIA ESTÁ DIVULGANDO ESTATÍSTICAS QUE NÃO MEDEM O VERDADEIRO IMPACTO DO CORONAVÍRUS NA POPULAÇÃO DOS PAÍSES AFETADOS (Atualizado às 00:00 h de 23/03/2020)

Desde a explosão do coronavírus na Europa, a imprensa tem dado cobertura completa, on line, 24 horas por dia e divulgado permanentemente a quantidade de casos de contaminação confirmados, além de outros indicadores. Os dados globais são fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (World Health Organization site) e o Google org. divulga o Cononavírus Map (https://google.org/crisisresponse/covid19-map) que é atualizado a cada três horas. A questão é que a metodologia utilizada pela Organização Mundial da Saúde para ordenar os países considera os números absolutos e não os números relativos, relacionando os países em ordem decrescente de acordo com a quantidade de casos confirmados . Estatisticamente, a quantidade de indivíduos contaminados em cada país pode ser de utilidade para as autoridades da saúde preverem o número de possíveis doentes graves e da quantidade de leitos hospitalares equipados com respiradores que serão necessários num futuro próximo. Ademais, o ordenamento dos países de acordo com os números absolutos em muitos casos nos leva a tirar conclusões totalmente erradas sobre o impacto do coronavírus na população do pais afetado.

O indicador estatístico que tem verdadeira relevância para avaliar o impacto da contaminação por coronavírus na população de um determinado pais é o número de contaminados para cada milhão de habitantes. Portanto, refizemos a tabela da Organização Mundial da Saúde e publicamos o resultado dos primeiros 125 países seguindo o critério correto e assim podemos observar até que ponto a ordenação dos países de acordo com os números absolutos pode nos levar a conclusões completamente erradas. Nesta tabela, os países estão ordenados de acordo com o número de casos de contaminação com o coronavírus confirmados para cada milhão de habitantes, o indicador que verdadeiramente mede o grau de contaminação da população de um pais. Este indicador é de fundamental importância porque revela o grau de extensão da contaminação da população de cada pais e como está evoluindo a curva de expansão da pandemia em cada pais em relação aos outros países. A média mundial para os 163 países que compõem a tabela é de 45,79 casos confirmados por cada milhão de habitantes e se situa entre Equador (48º) e Hong Kong(49º)). Isso significa que os países que estão listados dese o início da tabela até o Equador (inclusive) se encontram com um índice de contaminação acima da média da população mundial e os países a partir de Hong Kong (inclusive) até o final da tabela se encontram abaixo da média de contaminação global. Os números entre parêntesis representam a quantidade de casos confirmados por milhão de habitantes em cada país. Esta tabela, que mostra o verdadeiro impacto do coronavírus na população de cada país, difere consideravelmente da tabela apresentada pela Organização Mundial da Saúde e divulgada globalmente pela mídia. Para se ter uma ideia da diferença entre ambos os indicadores, a China, que na tabela da OMS aparece em 1º lugar em número de casos confirmados , na tabela de casos confirmados por 1 milhão de habitantes aparece em 42º lugar.

É nossa intenção atualizar esta tabela diariamente, já que os dados mudam a cada minuto. Os números entre parêntesis representam o índice de contagio de cada país por cada milhão de habitantes. (Fonte dos dados: Coronavírus Map- Google Org.)


0) Média Mundial (45,79)
1) San Marino (5.248,32)
2) Islândia (1.559,33)
3) Andorra (1.470,26)
4) Luxemburgo (1.299,90)
5) Liechtenstein (1.141,17)
6) Itália (980,44)
7) Suíça (845,38)
8) Espanha (612,05)
9) Mônaco (660,52)
10) Noruega (443,96)
11) Áustria (402,13)
12) Guernsey (305,00)
13) Alemanha (299,14)
14) Bélgica (295,33)
15) Dinamarca (269,87)
16) Irã (260,12)
17) Estônia (245,42)
18) Holanda (241,95)
19) França (239,00)
20) Barein (234,36)
21) Brunei (198,92)
22) Slovênia (197,70)
23) Suécia (187,16)
24) Catar (187,00)
25) Irlanda (184,09)
26) Malta (182,35)
27) Coreia do Sul (172,06)
28) Portugal (155,69)
29) Jersey (153,28)
30) Israel (117,69)
31) Finlândia (113,38)
32) Estados Unidos (108,76)
33) República Tcheca (105,17)
34) Reino Unido (84,42)
35) Singapura (80,69)
36) Panamá (77,59)
37) Seychelles (74,29)
38) Letônia (72,40)
39) Armênia (66,33)
40) Chipre (64,10)
41) Croácia (62,31)
42) China (60,45)
43) Ilha de Man (60,00)
44) Grécia (57,95)
45) Macedônia do Norte (54,88)
46) Austrália (53,17)
47) Barbados (51,11)
48) Equador (48,15)
49) Hong Kong (44,83)
50) Líbano (41,29)
51) Kwait (40,68)
52) Malásia (39,85)
53) Uruguai (39,20)
54) Lituânia (37,58)
55) Canadá (37,97)
56) Chile (35,96)
57) Bósnia (35,88)
58) Macau (34,19)
59) Eslováquia (33,94)
60) Montenegro (33,27)
61) Maldivas (33,12)
62) Albânia (30,94)
63) Servia (30,57)
64) Moldávia (29,83)
65) Bulgária (26,71)
66) Romênia (22,32)
67) Mauritânia (22,12)
68) Nova Zelândia (20,48)
69) República Dominicana (18,82)
70) Kosovo (17,12)
71) Polônia (16,52)
72) Emirados Árabes (15,94)
73) Arabia Saudita (14,93)
74) Georgia (14,50)
75) Hungria (13,40)
76) Palestina (11,68)
77) Santa Lúcia (11,24)
78) Jordânia (10,76)
79) Bahamas (10,22)
80) Antígua e Barbuda (9,90)
81) Suriname (8,95)
82) Tailândia (8,70)
83) Japão (8,50)
84) Bielorrussa (8,01)
85) Brasil (7,69)
86) Taiwan (7,11)
87) Trindade e Tobago (6,60)
88) Jamaica (6,57)
89) Azerbaidjão (6,48)
90) Tunísia (6,40)
91) Iraque (6,26)
92) Argentina (5,92)
93) Cabo Verde (5,56)
94) Cambodja (5,49)
95) Guiana (5,09)
96) Guiné Equatorial (4,91)
97) Colômbia (4,79)
98) Argélia (4,67)
99) África do Sul (4,66)
100) Senegal (4,35)
101) Paquistão (4,33)
102) Filipinas (4,01)
103) Sri Lanka (3,74)
104) Burkina (3,73)
105) Egito (3,57)
106) Suazilândia(3,52)
107) Marrocos (3,23)
108) Cazaquistão (3,20)
109) Cuba (3,12)
110) Paraguay (3,08)
111) Mongólia (3,05)
112) Honduras (2,85)
113) Butão (2,70)
114) Venezuela (2,63)
115) Russia (2,55)
116) Gabão (2,53)
117) Quirguistão (2,19)
118) Fiji (2,16)
119) Bolívia (2,10)
120) Indonésia (2,08)
121) México (2,08)
122) Togo (2,01)
123) Camarões (1,71)
124) Uzbequistão (1,27)
125) Vietnam (1,25)