segunda-feira, 5 de novembro de 2018

A MISSÃO (QUASE) IMPOSSÍVEL DO EX-JUIZ SÉRGIO MORO

“Bom dia, juiz Sérgio Moro: a situação do Estado Brasileiro, como o Sr. bem sabe, é caótica. Déficit público astronômico, dívida interna correspondente a 80% do PIB, Estados e Municípios inadimplentes, corrupção endêmica e sistêmica, produção industrial em queda, 12,5 milhões de desempregados, 62 milhões de brasileiros inadimplentes, crise na saúde pública, crise na segurança pública. A sua missão, caso a aceite, será erradicar a corrupção endêmica e sistêmica que assola o Estado Brasileiro há mais de 30 anos e recuperar a Segurança Pública e a Soberania Nacional através do combate e destruição das pelo menos 28 organizações criminosas que atuam e formam um estado paralelo nos 26 Estados da República Federativa do Brasil e no Distrito Federal, principalmente o PCC (Primeiro Comando da Capital), cartel que conta com 30.000 de filiados, 2 milhões de colaboradores, controla a vida de mais de 20 milhões de pessoas que moram nas comunidades às quais domina e tem células operacionais na Argentina, Peru, Bolívia, Paraguai e Colômbia, sendo atualmente o maior fornecedor de cocaína da América do Sul para Europa, África e Oriente Médio. Para ajudá-lo na sua tarefa nomeamos um superministro de economia que deverá conseguir os fantásticos recursos necessários para o financiamento de sua missão. Alertamos que sofrerá uma implacável e desesperada oposição de grande parte do Congresso Nacional e da maioria do Supremo Tribunal Federal que farão o possível e o impossível para obstruir e impedir suas ações saneadoras do Estado Brasileiro. Ademais, sua cabeça será posta a preço pelas grandes organizações criminosas que dispõem de recursos quase ilimitados para cumprir esse objetivo, portanto o Sr. correrá sério risco de vida. Desejamos lhe boa sorte e caso fracasse na sua missão a responsabilidade será toda sua e como sempre negaremos ter conhecimento de suas operações. Esta mensagem se autodestruirá em cinco segundos”.

VIISTE A PÁGINA DO FACE
"POR UM BRASIL SEM CORRUPÇÃO"

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

AS LIDERANÇAS CORRUPTAS DOS PRINCIPAIS PARTIDOS CONTINUAM NO CONGRESSO E BOLSONARO NÃO É UM SUPER-HERÓI

Porque já vimos isso antes, fiquei pasmo com a euforia irracional que tomou conta da maioria do eleitorado brasileiro após o triunfo de Jair Bolsonaro. Com a confirmação da eleição de Bolsonaro para Presidente da República, a oposição não acabou como muitos pensam.  Apesar de ter perdido 5 deputados, o PT continua tendo a maior bancada da câmara com 56 deputados eleitos. Isso graças ao esfacelamento do PMDB (atual MDB) que caiu de 66 para 34 deputados (perdeu 32 deputados); do PP que caiu de 50 para 37 deputados (perdeu 17 deputados); do PSDB que caiu de 49 para 29 deputados (perdeu 20 deputados); e do DEM que caiu de 43 para 29 deputados (perdeu 14 deputados). E a renovação de 52,54% na Câmara dos Deputados e de 85,19% no Senado, pouco representa diante dos 30 partidos que compõem o poder legislativo e que procurarão transformar a "arte de governar" em "arte de toma lá, dá cá".
Assim, no sistema de "presidencialismo de coalizão" adotado pelo Brasil e hoje composto por absurdos 30 partidos, o PT está mais forte do que nunca. Após a euforia da vitória e quando a poeira assentar, vai cair a ficha de que na realidade será um verdadeiro milagre se Jair Bolsonaro conseguir, de acordo com sua plataforma de governo, implementar as reformas fundamentais que pretende fazer para recuperar o Brasil, e que deverão passar ANTES pelo crivo do Congresso (reforma da previdência, programa de privatização, redução da taxa de juros, enxugamento do setor público e reforma tributária). A bancada que apoia Bolsonaro incondicionalmente soma 266 deputados (8 partidos), a bancada que condiciona o apoio soma 118 deputados (7 partidos) e a bancada de oposição sistemática soma 140 deputados (8 partidos). Para alcançar a maioria de 308 votos necessária para as reformas que requerem emenda constitucional terá que negociar com os partidos de aluguel, abrir mão de promessas de campanha, e engolir sapos e urubus de asa aberta com pena e tudo. Será que Bolsonaro vai conseguir fazer isso? Se conseguir, isso significa que ele no fundo não se diferencia da classe dos políticos profissionais, pois terá que apelar para o esquema "toma lá, dá cá", que pode envolver tanto a liberação de verbas como o oferecimento de cargos; ou seja, fisiologismo, que tanto ele combateu na campanha para presidente. Se não conseguir, Bolsonaro não terá sucesso nas reformas necessárias para iniciar a reconstrução do Brasil a curo prazo e na redução imediata dos 13 milhões de desempregados. Se isso acontecer, sua popularidade começará a cair cedo. Aí, o feitiço virará contra o feiticeiro. 

E por falar em políticos profissionais, Bolsonaro tem 27 anos de militância política e foi eleito sete vezes seguidas deputado federal pelo Rio de Janeiro. Ao longo de sua carreira política foi filiado a 9 partidos políticos: PDC, (1989-1993) PP, (1993), PPR, (1993-1995), PPB, (1995-2003), PTB (2003-2005); PFL, (2005); PP, (2005-2016), PSC (2016-2018), e PSL, (2018). O povo se iludiu com a imagem de que Bolsonaro representa a renovação da política brasileira. Não é verdade. Embora tenha a ficha limpa, pela sua história política ele representa o que tem de mais recalcitrante no fisiologismo político brasileiro. Isto não é uma crítica partidária porque "Um Brasil sem Corrupção" (www.facebook.com/blogdojlg) é uma página apartidária, financiada com recursos próprios e cujo objetivo é ajudar a erradicar a corrupção e a hidra do crime organizado definitivamente do Estado Brasileiro. É apenas a constatação dos fatos. Político esperto, aproveitou o momento. Entendeu agora caro leitor por que ele não participou de nenhum debate político na TV? No debate, sua imagem de político renovador e salvador da pátria ficaria impossível de sustentar. Precisava se comunicar com o povo através do contato impessoal da Internet, onde você não fala diretamente com o interlocutor nem faz perguntas e não há debates. Ele criou, através da Internet, uma imagem de super-herói das histórias em quadrinhos. E o povo, como sempre, acreditou nele.

A história política após a redemocratização mostra que Bolsonaro deverá enfrentar uma oposição sistemática liderada pelo PT e  formada pelos que não medirão esforços para impedir que ele governe, além dos fisiologistas de plantão que só aprovam projetos se levarem alguma vantagem. Assim, se se confirmar o modelo histórico, ele não terá outra opção para governar a não ser sucumbir ao tradicional fisiologismo do "toma lá, dá cá" que vem sendo praticado desde a redemocratização e que levou o país à corrupção sistêmica e endêmica que culminou no atual caos do Estado Brasileiro e que ele (Bolsonaro) jurou que não adotaria. Ai, se isso acontecer, os atuais fervorosos eleitores abandonarão o "Mito" por se sentirem traídos ao perceberem que a recuperação do Brasil não ocorrerá através da ação superpoderosa de um super-herói como nas histórias em quadrinhos. Esse foi exatamente o roteiro dos dois presidentes anteriores que se elegeram na mesma condição de "salvadores da pátria", com grande maioria de votos e uma idolatria irracional do seus respectivos eleitores no meio de grandes crises econômicas: Fernando Collor de Mello , que sofreu um humilhante impeachment por corrupção no terceiro ano de mandato, e Luís Inácio Lula da Silva que está preso na Sede da Policia Federal em Curitiba cumprindo uma pena de reclusão de 12 anos e 1 mês por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava-Jato.
A propósito, não é por acaso que no estudo divulgado no último dia 6 de outubro pelo Instituto Ipsos Moris sobre "Os Perigos da Percepção", o Brasil ficou em segundo lugar, atrás apenas da Africa do Sul, no chamado "Índice de Percepção Equivocada da Realidade". O estudo consiste em apresentar aos entrevistados perguntas sobre a realidade de seus países e em seguida comparar a percepção das pessoas com dados oficiais. As discrepâncias no caso dos entrevistados brasileiros foram aberrantes.
Assim, dentro deste cenário, altamente provável se seguir o paradigma político histórico, "tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes". Não é possível imaginar que se possa recuperar o Brasil sem antes realizar uma profunda reforma estrutural do sistema político brasileiro de forma a acabar de vez com o fisiologismo, que é a origem da corrupção nos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, e em todos os níveis do Estado Brasileiro. E se isso for realmente concretizado, levará pelo menos mais quatro anos, já que a reforma deverá ser aprovada pelo novo Congresso para ser aplicada nas próximas eleições de 2022. Ai, surge a pergunta crucial: será que a sociedade brasileira pode esperar mais quatro anos para a realização da reforma política que permita implementar as reformas necessárias para superar a atual crise do Estado Brasileiro sem que antes aconteça uma completa desintegração do estado democrático de direito?
A Percepção da Realidade Correta mostra que o futuro do Brasil continua mais incerto do que nunca!!! Mas é claro, levando em consideração o estudo do Instituto Ipsos Moris, no Brasil poucos percebemos isso.