sábado, 25 de abril de 2020

MORO SAI MAIS FORTALECIDO E RESPEITADO DO QUE NUNCA!!!

O Presidente Jair Bolsonaro, num ato de desespero, exonerou o Diretor Geral da Policia Federal Maurício Leite Valeixo, 48 horas depois que o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, atendeu à solicitação do Procurador Geral da República, Augusto Aras, de abertura de um inquérito para apurar se houve fatos delituosos envolvendo a organização de atos contra a democracia participativa brasileira, por vários cidadãos, inclusive deputados federais. Nesse ato, o Presidente discursou e apoiou os manifestantes, no que poderia ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional e, em tese , à possibilidade do Presidente Bolsonaro enfrentar um processo de impeachment. O Ministro do Superior Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, classificou os atos que geraram o pedido de inquérito do PGR de "gravíssimos" e as investigações, que corem em sigilo, serão realizadas pela Policia Federal.

Além desse gravíssimo fato novo, existem os inquéritos policiais em torno dos três filhos de Bolsonaro com cargos eletivos. O senador Flavio Bolsonaro suspeito de chefiar um esquema de "rachadinha" no qual parte dos salários dos assessores era supostamente devolvida ao senador. O vereador Carlos Bolsonaro que passou a ser investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro após reportagens apontarem que assessores nomeados em seu gabinete nunca exerceram de fato essas funções. E, por último, o deputado federal Eduardo Bolsonaro também investigado pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News. Neste contexto de altíssima vulnerabilidade política do Presidente da República , a substituição do delegado Maurício Leite Valeixo, mão direita do ex-ministro Sergio Moro, se tornou uma questão de vida ou morte.

Diante deste conturbado cenário, o novo Diretor Geral da Policia Federal deveria ser então um delegado da mais absoluta confiança e lealdade do Presidente Bolsonaro, pois teria como principal função segurar as investigações e se possível induzir ao arquivamento do inquérito aberto pela PGR para apurar o ato contra a democracia brasileira na manifestação do último domingo (19/04)l do qual poderia resultar um pedido de impeachment do Presidente. Além dessa importantíssima função, o novo Diretor Geral da Policia Federal teria como incumbência dificultar e se possível induzir ao arquivamento dos inquéritos em torno dos seus três filhos investigados. É justamente nesse campo minado que surge o nome do delegado Alexandre Ramagem Rodrigues, que assumiu em 2018 a coordenação da segurança pessoal do então candidato à presidência da República. Assim, se tornou amigo íntimo da família. Após Bolsonaro ser eleito Presidente, um dos seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, indicou Ramagem para o comando da ABIN (Agência de Inteligencia Brasileira) quebrando um protocolo que durava desde a época da SNI (Serviço Nacional de Informações), cargo tradicionalmente ocupado por militares.

Esse é, sem a menor sombra de dúvida, o homem de confiança e total lealdade ao que o Presidente Bolsonaro vem se referindo reiteradas vezes desde setembro do ano passado quando começou a insistir na necessidade de mudar o comando da Policia Federal. A medida que o cerco vai se fechando em torno da família Bolsonaro, a troca de comando da Policia Federal se torna cada vez mais peremptória. Ou seja, ou o Diretor Geral da Policia Federal deve ser um delegado tão íntimo capaz de segurar os inquéritos da família Bolsonaro ou então Bolsonaro fica num estado de vulnerabilidade tal que aumenta consideravelmente a possibilidade de não conseguir sequer chegar ao final do seu mandato. Essa é a simples explicação (que tantos procuram) para entender a aparentemente incompreensível crise deflagrada pelo presidente Bolsonaro com seu principal ministro, pilar de sua plataforma política, no meio da maior pandemia enfrentada pela humanidade e que está provocando no Brasil 800 mortes diariamente, além de estar desestruturando a economia.

Quando o ex-ministro Sergio Moro disse no seu discurso de despedida que tinha uma biografia a zelar, lendo nas entrelinhas, ele quis dizer que depois de comandar a maior operação anti-corrupção do planeta, não iria manchar sua biografia ajudando a blindar um presidente e sua família com fortes indícios de ligação com a milicia e envolvida em vários tipos de crimes investigados pela justiça. Isso é exatamente contra o que o ex- Juiz Sergio Moro e os seus colegas da República de Curitiba lutaram toda sua vida. Fizeram do ideal de acabar com a corrupção no Brasil a razão de suas vidas. Por isso, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro sai deste episódio mais forte e respeitado do que nunca.

Quando a deputada Carla Zambelli, a mando de Bolsonaro, em tom de súplica lhe ofereceu a próxima vaga no Superior Tribunal Federal em troca da aceitação do nome de Ramagem como novo Diretor Geral da Policia Federal , o ex-ministro respondeu:"Prezada, não estou a venda". Conto com os dedos da mão direita os homens públicos do primeiro escalão que teriam dado essa resposta. Parabéns ao ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro, pois continua terrivelmente fiel a seus princípios de acabar com a corrupção e o crime organizado no Brasil.

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